A herpes zoster – doença causada pelo vírus Varicela-Zoster (VVZ), o mesmo que provoca a catapora, tem sido cada vez mais comum entre a população. Um estudo recente, com base em dados do Sistema Único de Saúde (SUS), assinado por pesquisadores da Universidade Estadual de Montes Claros (MG). O levantamento concluiu que os casos de herpes zoster subiram 35% após o início da pandemia de Covid-19, em 2020.
As razões, no entanto, ainda são alvo de discussões científicas. Mas é certo que toda precaução é válida. Afinal, as consequências provocadas por essa virose podem ir muito além das feridas, que é a forma mais clássica de manifestação da Varicela-Zoster – e, a propósito, já causam bastante dor e incômodo.
Paralisia no rosto
Nesse rol, a paralisia facial infecciosa é com certeza uma das grandes preocupações a quem está com o problema. Considerada grave, essa anomalia requer atendimento médico imediato. Isso porque, trata-se de uma reação inflamatória envolvendo o nervo facial, que incha e fica comprimido dentro de um estreito canal ósseo localizado atrás da orelha, prejudicando a movimentação do rosto, sobretudo da boca.
“Isso pode ocorrer sempre na reativação viral de pessoas que já tiveram a infecção primaria anteriormente, quando o vírus fica latente no gânglio dos nervos”, explica o Dr. José Ricardo Gurgel Testa, otorrinolaringologista do Hospital Paulista e especialista neste tipo de atendimento.
O especialista destaca que, na maioria das vezes, esses casos são reversíveis. Mas é preciso rapidez no diagnóstico, daí a importância da avaliação médica o quanto antes.
Audição e equilíbrio
Outras consequências relacionadas à Varicela-Zoster, segundo o médico, são alterações auditivas severas e do equilíbrio corporal provocadas pela infecção viral, quando alcançada a região do ouvido, além de dor na região da face ou do pescoço a longo prazo.
“São outras reações que nós, otorrinolaringologistas, costumamos lidar junto a pacientes que têm herpes zoster. Todas merecem bastante atenção, pois podem ensejar problemas maiores, se não houver o tratamento adequado”, alerta.
Quanto à recuperação, Dr. José Ricardo esclarece que tudo depende da extensão do dano causado pelo vírus, assim como das condições clínicas e idade do paciente. “Em grande parte dos casos, esses quadros clínicos costumam regredir à medida em que o tratamento evolui, especialmente quando associados à medicação, fisioterapia, fonoterapia e outras técnicas que ajudam estimular a musculatura da mímica facial e da fala.”
É possível evitar?
A quem deseja evitar qualquer possibilidade de contato com a doença, o médico destaca que a vacinação é a forma mais eficiente e recomendável, hoje em dia, para se precaver contra a herpes zoster. “A prevenção na infância é tomar a vacina contra a catapora e, nos adultos com mais de 50 anos ou imunocomprometidos, tomar a vacina contra o herpes zoster em duas doses”, finaliza.
Fonte: Hospital Paulista de Otorrinolaringologia
Foto: Shutterstock
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