Hospital Alemão Oswaldo Cruz qualifica assistência farmacêutica na atenção básica

O projeto visa entender a assistência farmacêutica para além do uso racional do medicamento, mas também enfatizando o cuidado integrado do paciente

O projeto de Assistência Farmacêutica na Atenção Básica, executado pelo Hospital Alemão Oswaldo Cruz por meio do Programa de Apoio ao Desenvolvimento Institucional do Sistema Único de Saúde (PROADI-SUS) foi criado com o objetivo de entender a assistência farmacêutica para além do uso racional do medicamento, mas também enfatizando o cuidado integrado do paciente.

Na prática, isso significa que o farmacêutico consegue fazer um acompanhamento longitudinal do paciente, checando pontos como a adesão ao tratamento, efeitos colaterais e efetividade de determinada terapia para aquele paciente, por exemplo. Isso é benéfico pois dessa forma o profissional consegue apoiar o cuidado médico, discutindo novas formas de abordagem e garantindo a integralidade do cuidado, que é um dos princípios do SUS” complementa a coordenadora do projeto, Samara Kielmann.

Assistência farmacêutica na atenção básica

A construção do projeto também foi embasada por dados da Pesquisa Nacional sobre Acesso, Utilização e Promoção do Uso Racional dos Medicamentos no Brasil (Pnaum) que traçou um panorama sobre o cenário da assistência farmacêutica no SUS.

Com a pesquisa, foi observado que o acesso a medicamentos para doenças crônicas é amplo em todas as regiões do Brasil, chegando a 96% de abrangência entre os usuários do SUS.

Foram mapeados mais de 20 mil domicílios, com mais de 41 mil entrevistas realizadas entre setembro de 2013 e fevereiro de 2014.

O levantamento serviu, então, como base para estudos e iniciativas que busquem avaliar o impacto de ações governamentais na área de promoção e acesso aos medicamentos.

Apesar do acesso amplo, a consultora do Hospital Alemão Oswaldo Cruz, Karen Costa, explica que o cuidado ampliado ao paciente ainda era um desafio.

 “No Brasil, a formação do profissional farmacêutico ainda é deficitária em diversas frentes, e isso dificulta que o farmacêutico possa realizar o cuidado farmacêutico na atenção básica, buscando um cuidado ampliado e que leve em conta as diversas dimensões psicossociais dos pacientes” .

Apoio à gestão municipal de saúde

Dessa forma, a iniciativa do Hospital Alemão Oswaldo Cruz foi construída em sinergia com as necessidades apontadas pelo Conselho Nacional das Secretarias Municipais de Saúde (Conasems).

O Conasems acompanha, então, as necessidades dos municípios para o fortalecimento da atenção básica nos processos de cuidado farmacêutico.

A palavra de quem foi beneficiado

Para Lucia Helena Terenciani Rodrigues Pereira, que atua como farmacêutica na prefeitura de Ribeirão Preto (SP), o projeto foi uma oportunidade de institucionalizar o cuidado farmacêutico como uma diretriz do município.

Trabalho há mais de 20 anos na assistência farmacêutica, e tive oportunidade de fazer o curso voltado ao cuidado farmacêutico na atenção básica, o que para mim foi muito importante. Enxergo esse projeto como um divisor de águas na assistência, pois com auxílio das metodologias é possível avaliar as possibilidades de implantação das técnicas no município“, conta.

Certificados

Até o momento, o projeto certificou mais de 3.900 profissionais e gestores públicos por meio de quatro cursos em formato EaD voltado aos gestores e profissionais dos municípios.

Além disso, o projeto conta ainda com visitas técnicas em Curitiba, Distrito Federal e São Paulo para coleta de casos de sucesso.

Além de também realizar 14 oficinas de capacitação para tutores, moderadores e especialistas em conteúdo.

Com a chegada da Covid-19, também foi criada a Plataforma Assistência Farmacêutica na Atenção Básica no enfrentamento da COVID-19 , que traz informações de apoio aos profissionais durante a pandemia.

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Fonte: PROADI-SUS

Foto: Shutterstock

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