As hospitalizações de pacientes com síntomas respiratórios em São Paulo voltaram a crescer neste mês de dezembro.
Nos últimos sete dias, o número de internações nos hospitais da Grande São Paulo passou, portanto, de 1.163 para 1.757, crescimento de 51%.
O alerta é do Observatório Covid-19 BR, com base em análise dos dados publicados pela Fundação Seade do Censo Hospitalizar do Estado de São Paulo e pela Secretaria Municipal de Saúde da capital.
De acordo, então, com o observatório, o crescimento é compatível com o surgimento, então, de novos agentes infecciosos.
No caso, a variante Ômicron do Sars-Cov-2 e a variante Darwin do vírus Influenza, que escapa da vacina contra a gripe aplicada este ano.
Entretanto, ainda não há dados que demonstrem a relação entre a ação dos novos vírus e o aumento de hospitalizados.
Hipóteses
O observatório oferece três hipóteses para isso:
- O crescimento estar associado a novas infecções do coronavírus, causados pela variante Ômicron;
- Existência de uma epidemia do vírus H3N2 (Influenza A) pela cepa Darwin, que escapa à vacina;
- Um cenário de combinação das duas.
Nas últimas duas semanas, São Paulo também registrou mais atendimentos de casos de pacientes com quadro respiratório.
Nesta última segunda-feira (20) a rede de saúde municipal teve 837 pacientes atendidos. Há duas semanas, no dia 6 de dezembro, foram 305. O aumento é de 174%.
“Essa mudança é um forte motivo de alerta e, se esse crescimento permanecer, poderemos caminhar para um cenário dos mais graves da pandemia, em termos de morbidade, sobrecarga do sistema de saúde e consequente desassistência”, diz o alerta.
Tempo de hospitalização
Ainda de acordo com o observatório, o tempo atual de duplicação das hospitalizações acontece em torno de 3 a 5 dias.
Ou seja, na melhor das hipóteses, nesse ritmo o número de atendimentos de suspeitos com Covid-19, então, dobra.
Dessa maneira, então, o alerta destaca que o cenário atual exige toda a atenção das autoridades de saúde, visto que pode agravar rapidamente a situação da cidade.
Na semana passada, a Prefeitura de São Paulo passou a considerar, portanto, que há transmissão comunitária da Ômicron na cidade.
Em paralelo, houve aumento do número de casos pacientes com síndromes gripais, que inclui tanto a covid-19 como outros vírus respiratórios, como a Influenza.
No Hospital Israelita Albert Einstein, por exemplo, os diagnósticos de Influenza A cresceram 2.236% em 15 dias e chegaram a 1.472 casos na primeira quinzena de dezembro.
Hospitalizações devido aos sintomas respiratórios
O crescimento dos casos de pessoas com sintomas de gripe tem sido observado na capital paulista desde a primeira semana de dezembro, de acordo com a Secretaria Municipal de Saúde de São Paulo.
Na primeira quinzena de dezembro 91.882 atendimentos de pessoas com sintomas gripais foram realizados.
A média é de 6,1 mil casos por dia. Em novembro, essa mesma média foi de 3,7 mil.
A circulação de dois vírus – Influenza e o coronavírus – dificulta o diagnóstico clínico de síndrome respiratória. Ambos têm sintomas semelhantes.
O relatório enfatiza que, nesse caso, há necessidade, então, de aumentar a testagem ampla para o diagnóstico dos dois vírus em circulação.
Fonte: Estadão
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