
A Hypera está otimista em conseguir obter aprovação para venda de medicamentos emagrecedores baseados em semaglutida logo depois da queda da patente no Brasil, prevista para março do próximo ano, o que deverá fazer da empresa uma das primeiras a atuar em uma categoria com vendas de bilhões de reais por ano no país.
“Os prazos de aprovação da Anvisa estão mais demorados em relação a quando os ‘business cases’ foram montados… Mas temos boas expectativas daqui para frente que essa fila se reduza e a gente consiga antecipar nossos lançamentos”, disse o presidente-executivo do grupo farmacêutico, Breno de Oliveira, em conferência com analistas após a publicação dos resultados de terceiro trimestre na noite da véspera.
Movimento de mercado
Segundo Oliveira, o mercado de medicamentos análogos ao hormônio GLP-1, em que a semaglutida está inserida, movimenta cerca de R$10 bilhões por ano, equivalente a 8% do mercado farmacêutico total, “e a semaglutida é metade disso”.
“Nosso objetivo é participar com marca… equipe de visitação médica… com preços e margens melhores”, disse o presidente da Hypera, citando que parceiros da empresa para a produção não emitiram indicações de que poderá haver limitações à quantidade a ser produzida.
Questionado sobre o desempenho da companhia no atual trimestre, Oliveira citou que a continuação em outubro de temperaturas baixas em importantes localidades, como São Paulo, “está impactando” o mercado e que o crescimento das vendas está sendo semelhante ao registrado pela empresa no terceiro trimestre.
Crescimento sell out
A Hypera teve crescimento de 8,3% no chamado “sell-out” — a venda de farmácias a consumidores finais — no trimestre passado em relação ao mesmo período de 2024, com destaque para categorias que incluem antigripais.
No mercado institucional, que inclui governo e grupos de saúde, a Hypera está buscando ser “um pouco mais competitiva” no curto prazo em preços de algumas moléculas em que a companhia ainda tem capacidade ociosa, disse o executivo. Oliveira citou que no médio e longo prazos, nesse segmento institucional, a empresa tem foco em aumentar participação no mercado privado.
“Esse crescimento vai vir mais do privado que do público e da entrada em categorias estratégicas, como oncológicos, em que começaremos a ter os primeiros produtos a partir de 2026”, disse o presidente da Hypera.
Fonte: Terra com informações da Reuters
Foto: Hypera
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