Longas jornadas de trabalho aumentam risco de morte por doenças cardíacas e derrame

Estudo da OMS e da Organização Internacional do Trabalho aponta risco 35% maior de mortes por AVC entre pessoas que trabalham mais de 55 horas por semana

Longas jornadas de trabalho – com carga igual ou superior a 55 horas semanais – estão associadas a um risco 35% maior de mortes por acidente vascular cerebral e 17% maior por doenças cardíacas, aponta estudo da Organização Mundial da Saúde (OMS) e da Organização Internacional do Trabalho (OIT) divulgado nesta segunda-feira, 17.

Os dados representam 745.194 mortes por doenças cardiovasculares em 2016, um aumento de 29% desde 2000.

Hoje, essa tendência é acentuada pela pandemia de covid-19 e pelo trabalho remoto.

A pesquisa, publicada na revista científica Environment International, reúne dados de cerca de 190 países levantados entre 2000 e 2016.

A saber, o cálculo foi feito a partir de estimativas da população exposta a longas jornadas de trabalho e riscos relativos à exposição a doenças cardiovasculares.

Quando comparados a jornadas de trabalho normais, isto é, entre 35 e 40 horas por semana.

A população exposta foi modelada usando dados de 2.324 pesquisas transversais e 1.742 conjuntos de dados de pesquisas trimestrais.

De acordo com o estudo, em 2016, 488 milhões de pessoas em todo o mundo foram, então, expostas a mais de 55 horas de trabalho semanais – quase 9% da população global.

Dessa maneira, a crise do novo coronavírus acelerou esse processo: 

Com o home office virando norma em diversos setores, os limites entre casa e trabalho se diluíram, e cargas horárias extenuantes se tornaram mais comuns.

O que deve ser feito

Para o diretor-geral da OMS, Tedros Adhanom Ghebreyesus, é necessário regular e prevenir.

“Governos, empregadores e trabalhadores precisam trabalhar juntos para chegar a um acordo sobre limites para proteger a saúde dos trabalhadores”, alertou, em nota.

O estudo apontou que 72% das mortes ocorreram entre homens.

A maioria dos óbitos registrados também se deu com pessoas entre 60 a 79 anos que trabalharam, então,  por longas jornadas nas décadas anteriores, entre os 45 e 74 anos de idade.

A pesquisa ainda indicou maior impacto em pessoas que vivem nas regiões do Pacífico Ocidental e do Sudeste Asiático.

Longas jornadas de trabalho já aparecem como o fator de risco que mais causa doenças vinculadas ao trabalho, representando um terço do total.

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Fonte: Estadão

Foto: Shutterstock

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