
Com o objetivo de ampliar a acessibilidade e inclusão, a Coloplast, líder mundial em soluções para pessoas com necessidades íntimas de saúde, e o São Paulo Futebol Clube, firmaram uma parceria inédita: pela primeira vez, o Brasil passa a ter um estádio de futebol com banheiros adaptados para pessoas com estomia de eliminação (entenda mais sobre o problema a seguir). Esta parceria foi lançada no MorumBIS, no jogo entre São Paulo e Juventude, realizado em 04/12, e também serviu de oportunidade para celebrar o Dia Internacional da Pessoa com Deficiência (03/12) e o Dia da Acessibilidade (05/12).
Os banheiros estão localizados em dois setores: um deles no MorumBIS Concept Hall, no setor de Cadeiras Térreas; e o outro no setor de Cadeira Superior Norte. Os dois espaços já eram adequados para pessoas com deficiência (PCDs) e agora ganharam mais uma adaptação que atende às pessoas com estomia, com o acréscimo de um vaso sanitário elevado e posicionado na altura do abdome, para facilitar o esvaziamento, descarte ou troca da bolsa.
Entenda a estomia de eliminação

A estomia é o procedimento pelo qual necessita-se criar uma abertura (orifício) em um órgão para o meio externo do corpo, servindo como caminho alternativo para o seu funcionamento. No caso da estomia de eliminação, é necessário o uso de uma bolsa para coletar os efluentes, por isso a importância de um banheiro onde o vaso sanitário seja elevado.
“Com os vasos sanitários na altura convencional, a pessoa com estomia de eliminação tem dificuldade de esvaziar a bolsa coletora, podendo sujar a roupa, o corpo e o próprio banheiro com suas fezes ou urina”, explica a diretora da área de Experiência do Usuário e Comunicação da Coloplast, Renata Oliveira.
Para evitar os pacientes com esta condição acabam agachando ou ajoelhando no chão do banheiro, gerando muitas dificuldades. “Por isso, os banheiros adaptados têm o vaso elevado, proporcionando mais conforto, higiene e tranquilidade para realizar uma atividade simples de lazer, como assistir a uma partida de futebol ou a um show”, esclarece a executiva.
“Liberdade Além da Mobilidade”
Além da preparação dos banheiros, a parceria traz outra frente, que é a conscientização sobre a retenção urinária (veja mais sobre o problema a seguir). Liderada pela Associação Brasileira de Medicina Física e Reabilitação (ABMRF) e pela Sociedade Brasileira de Urologia (SBU), com apoio da Coloplast, a campanha “Liberdade Além da Mobilidade” alerta para esta questão e, para aumentar o alcance dessas mensagens, o MorumBIS disponibilizou cartazes com informações sobre a condição que contém um QR Code que leva para a landing page da campanha: www.retencaourinaria.com.br.
“Estamos muito satisfeitos com parceria com o São Paulo, que é um dos maiores clubes do País. Nosso objetivo é sensibilizar as pessoas sobre os desafios de quem convive com a estomia e a retenção urinária, que são nossas principais linhas de atuação. Munidos de mais informações, os usuários têm condições de buscar os equipamentos que melhor se adequam ao seu perfil, aumentando seu bem-estar e qualidade de vida. E o São Paulo Futebol Clube tem um alcance importante para nos ajudar nessa jornada”, conclui Renata.
Retenção urinária
Poucos sabem que, além de perder parte da mobilidade, pessoas com lesão medular também podem ser impactadas por outra consequência que afeta sua independência: a retenção urinária. Esta condição atinge aproximadamente 350 mil brasileiros e é caracterizada pelo esvaziamento incompleto da bexiga ou pela perda da capacidade de urinar naturalmente.
“A maioria dos pacientes nesse quadro sofreram algum tipo de lesão medular, devido a acidentes de trânsito, por exemplo. Dependendo do nível da lesão, a comunicação entre o cérebro e a bexiga é interrompida. Então, desenvolve-se uma condição chamada de bexiga neurogênica, que se dá quando o estímulo à micção é perdido. Nesse caso, o esvaziamento pode ser total ou parcial”, explicou, em entrevista ao Guia da Farmácia, Renata Oliveira.
Ela destaca os riscos de um paciente eliminar a urina parcialmente. “Quando a pessoa não tem nenhuma capacidade de urinar, é natural que ela procure um urologista. Mas se esvazia pouco e tem um grau de retenção, o risco é alto porque a urina é cheia de bactérias capazes de levar a infecções graves”, adverte Renata, acrescentando que outro risco é o de a bexiga transbordar, o que pode levar à insuficiência renal.
Formas seguras de tratamento
Para aumentar a qualidade de vida das pessoas com retenção urinária, Renata explica que o ideal é o uso de um cateter com revestimento hidrofílico, produto que introduzido na uretra e que vem pronto para uso, contemplando uma camada de lubrificante para o conforto e segurança na aplicação. Mas nem sempre o acesso a esse tratamento acontece entre os acometidos.
“Estimamos que apenas 14% das pessoas com retenção urinária fazem o tratamento ideal, com esse tipo de cateter. O restante usa apenas fralda ou cateteres convencionais, que precisam ser lubrificados manualmente com xilocaína antes do uso, e que não são devidamente polidos, podendo causar feridas, por vezes, sem que o paciente perceba, já que muitos deles não têm sensibilidade na região”, lamenta Renata.
Os produtos da Coloplast hoje já podem ser encontrados em redes de farmácia, via marketplace.
Fonte: Guia da Farmácia
Fotos: divulgação
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