As alternativas dos alimentos para os diabéticos

Açúcar, gordura, carboidrato, sódio e glúten são algumas das substâncias que devem ser evitadas pelos portadores de diabetes; para que a mudança alimentar seja mais fácil, existem diversas alternativas de apelo saudável no mercado

Por ser uma doença crônica totalmente relacionada a maus hábitos alimentares e obesidade, o tratamento do diabetes demanda mudanças na rotina. No entanto adotar um novo estilo de vida não é fácil e é uma das grandes barreiras que impedem os portadores de promover os cuidados necessários com a saúde. De acordo com pesquisa inédita realizada pela Minds4 Health, a pedido da Sanofi, de cada dez pacientes, três disseram que não conseguem seguir o tratamento à risca.

A principal barreira está na dieta restritiva (60,8%), pois muitos entrevistados declararam não abrir mão dos prazeres da mesa. Há uma alternância entre regras mais rígidas de segunda a sexta-feira e compensações ou escapadas nos finais de semana. A adoção de hábitos alimentares pode ser um caminho difícil, mas diversos produtos existentes funcionam como boas alternativas.

Formulados para atender dietas com necessidades especiais e que exijam restrição de algum nutriente, como açúcar, gordura, carboidrato, sódio e glúten, os produtos diet têm pelo menos um ingrediente presente na composição de um produto convencional excluído 100% da sua composição. Já o alimento light tem pelo menos 25% de diminuição no valor calórico do alimento. Esta redução pode se dar através da redução de açúcar ou gordura.

“Já os produtos zero possuem a exclusão total de algum componente e podem ser zero açúcar, zero gordura, zero sódio, entre outros. Quando um alimento é zero por isenção de açúcar, pode ser consumido por portadores de diabetes”, detalha a consultora e nutricionista da Linea Alimentos, Elaine Moreira.

O açúcar não é o único vilão da alimentação dos diabéticos, mas deve, sim, ser consumido com moderação, pois é um alimento calórico e sem nenhum valor nutricional, fonte das chamadas “calorias vazias”. “Além disso, sua rápida digestão provoca elevação nos níveis de glicemia e otimiza o depósito de gordura nas células. Os produtos diets substituem esse açúcar por edulcorantes que não causam elevação na glicemia, fazendo com que o portador de diabetes não perca qualidade de vida, podendo consumir seus produtos prediletos sem riscos de hiperglicemia”, garante Elaine.

Nas gôndolas das farmácias

Os produtos zero açúcar ou light podem ser comercializados como complemento da compra de medicamentos necessários para o controle do diabetes, por isso tê-los como parte do sortimento da farmácia é uma ótima oportunidade para oferecer uma solução completa aos portadores da doença, além de ajudar a alavancar o tíquete médio. “A farmácia é reconhecidamente um canal de produtos de referência e de qualidade, características herdadas de uma época em que os medicamentos eram as únicas fontes de lucro dentro da loja. Com a chegada de outros itens ligados à saúde, bem-estar e cuidados pessoais, observou-se a necessidade de criar novos espaços e soluções de visibilidade que ressaltassem os benefícios dos produtos e facilitassem a escolha e compra do shopper”, conta o gerente de pesquisa & desenvolvimento da Fini Brasil, Murilo Gallo Brunialti.

Os produtos diets interessam inclusive aos shoppers que não são diabéticos, mas que estão em busca de produtos de apelo mais saudável ou que ajudem no processo de emagrecimento. “Durante a experiência de compra na farmácia, eles estão mais propensos a comprar este tipo de produto. Neste caso, posicionar estes itens próximo à fila do checkout ou no próprio checkout é a melhor maneira de atender a uma demanda de 65% dos consumidores que gostariam de consumir mais produtos diets/lights”, aconselha o gerente de trade marketing Farma da Fini Brasil, André Ferreira.

Outra possibilidade é expor esses itens em local de grande tráfego como o corredor principal, para estimular ainda mais a compra por impulso. “Uma dica adicional é deixar o espaço com visual mais atrativo e alegre para que o shopper possa aproveitar a experiência de compra e se sentir estimulado a investir seu tempo neste espaço para encontrar os produtos que pode consumir”, destaca o diretor de vendas e trade marketing da Linea Alimentos, Wilton Oliveira.

Tipos de adoçantes

Os adoçantes estão divididos em diferentes substâncias, que podem ser de origem artificial ou natural, sendo que as quatro principais e mais vendidas no Brasil são: sucralose, stévia, sacarina e aspartame. Cada uma dessas substâncias tem um dulçor e sabor residual próprios, sendo que a origem e o processo de fabricação de cada uma são diferentes.

Sucralose: tem como origem a cana de açúcar e tem alto poder de adoçamento, se aproximando do sabor do açúcar.

Stévia: é a substância que mais cresce em vendas. Tem origem natural e é extraída de uma planta.

Sacarina: é a substância mais antiga e mais vendida em volume.

Aspartame: também é muito tradicional e utilizado em produtos industrializados light/diet.

Todos os adoçantes têm baixo índice glicêmico, podendo ser aliados na alimentação dos portadores de diabetes que precisam controlar o consumo do açúcar ou mesmo retirá-lo da dieta. “Como o açúcar é um dos principais componentes da dieta e acaba contribuindo com um alto aporte de calorias, sua substituição pelos adoçantes permite um benefício adicional importante, relacionado à substancial redução calórica para atender aos pacientes que precisam reduzir ou controlar o peso, além de favorecer o convívio social e a flexibilidade do plano alimentar”, indica a diretora de marketing da Categoria de Adoçantes da Hypera Pharma, Adriana Bezerra.

No caso dos adoçantes, mais de 90% da compra da categoria é planejada. Logo, o ideal é que a categoria esteja exposta no ponto natural na seção de produtos saudáveis (light/diet), local onde o shopper está acostumado a encontrar adoçantes. “A exposição da categoria deve ser feita por marca e, dentro do bloco das marcas, por substância, iniciando o fluxo de exposição com as substâncias stévia e sucralose, seguidas de aspartame e sacarina. O ideal é que as marcas referências sejam posicionadas nas prateleiras mais próximas, à altura dos olhos, para facilitar que o shopper encontre os produtos na farmácia”, aconselha a diretora de marketing da Categoria de Adoçantes da Hypera Pharma, Adriana Bezerra.

Além de apresentar ao shopper um sortimento mais completo, a presença de produtos diet e light nas gôndolas da farmácia é uma garantia de ganhos nas vendas. “A categoria apresenta rentabilidade média de 30% a 40% de margem bruta, já desconsiderando os impostos sobre vendas e contando que os mesmos sejam bem expostos”, calcula Oliveira. “Para aumentar o giro, pode-se trabalhar com ações pontuais de preço para estimular a experimentação, já que, muitas vezes, o shopper não sabe da existência da versão diet/zero açúcar do produto que já estava habituado a consumir.”

Foto: Shutterstock

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Edição 312 - 2018-11-01 Aceita app?

Essa matéria faz parte da Edição 312 da Revista Guia da Farmácia.