As causas da obstrução nasal

A obstrução nasal é um desconforto que faz parte do dia a dia de muitos brasileiros e aumenta com a aproximação do outono. Entenda os motivos e os medicamentos que podem ser usados para combater o quadro

Entre os meses de março e junho se instala o outono, estação caracterizada pelo início da queda das temperaturas, redução da umidade do ar, aglomeração de pessoas em ambientes fechados, aumento dos ventos e consequente queda de folhas das árvores.

Por conta de frentes frias que podem chegar de maneira súbita, também é comum que os cobertores e casacos, guardados há tempos no armário, voltem a uso, mas acompanhados de ácaro ou mofo.

Juntas, essas características podem ser uma combinação de risco para pacientes que sofrem de alergias respiratórias. E um dos sintomas recorrentes para esse público é a obstrução nasal.

“Entre as inúmeras causas para esses sintomas, podemos citar os quadros infecciosos, as alterações anatômicas e a rinite alérgica, tipo de alergia respiratória que pode ocasionar tosse, espirros e coriza, além de coceira, obstrução ou bloqueio nasal”, aponta o gerente médico da GSK, Marcelo Lima.

Mas o mercado, hoje, oferece uma série de soluções que podem trazer alívio para esse incômodo. Uma boa parte desses produtos é composta, apenas, por cloreto de sódio, substância que não tem contraindicações e ajuda a fluidificar, descongestionar e umidificar a região nasal.

 

Como trabalhar os descongestionantes no ponto de venda?

SINALIZAÇÃO: como a congestão nasal costuma ser um sintoma de diversas doenças, os descongestionantes podem estar ao lado de medicamentos antigripais, antitérmicos, analgésicos e antialérgicos1. É importante manter esses produtos agrupados, de forma que faça sentido para o shopper e gere uma melhor experiência de compra2,3.

VISIBILIDADE: os produtos à base de cloreto de sódio e, portanto, isentos de prescrição médica, devem ser expostos no autosserviço, pois isto torna a experiência do shopper mais agradável e aumenta o potencial de vendas3. Os descongestionantes devem ser mantidos na altura dos olhos e com facing (apresentação dos produtos de frente na primeira fila do expositor) correto para atender à alta demanda durante a sazonalidade2,3.

RESTRIÇÕES: produtos que levam em sua formulação substâncias vasoconstritoras (como nafazolina e fenoxazolina) são vendidos sob prescrição médica e possuem tarja vermelha. Dessa forma, apenas podem ser expostos atrás do balcão1,3.

ESTOQUES: no período de picos de vendas desses produtos, entre o outono e o inverno, deve-se ter atenção especial à reposição dos itens para evitar rupturas2.

ORGANIZAÇÃO: os descongestionantes nasais englobam diversos produtos e formas farmacêuticas, portanto, a distribuição deles nas gôndolas deve seguir uma sequência lógica para o shopper. O primeiro passo nesse sentido é a divisão entre apresentação adulto e infantil; e, depois, uso tópico ou oral.
Além disso, devem ter maior visibilidade na prateleira as formas farmacêuticas e marcas de maior relevância2. Os descongestionantes também podem estar posicionados no checkout do consumidor, próximos aos caixas4.

Fontes: 1. Assessoria de imprensa de Rinosoro; 2. Diretora de marketing OTC/MIP do Aché Laboratório Farmacêutico, Marcia Braga; 3. Coordenador de trade marketing da GSK, Thiago Ayres; e 4. Diretor da unidade de marcas da EMS, Luiz Fernando Dias

“As soluções de cloreto de sódio realizam uma verdadeira lavagem das vias aéreas, ajudando na desobstrução”, reforça a gerente médica das Franquias Gastro e Respiratória do Aché Laboratórios Farmacêuticos, Dra. Jana de Ameixa Valentim Fonseca.

O produto pode ser utilizado conforme a necessidade do usuário. “Pacientes com processos alérgicos devem lavar as fossas nasais pelo menos três vezes ao dia para garantir uma limpeza local adequada com grandes volumes de líquido”, indica a assessoria de imprensa de Rinosoro.

Entenda as apresentações dos higienizadores nasais

GOTAS: são formadas por uma grande partícula de líquido, fazendo com que sua ação seja local ou mais superficial quando comparada a outras apresentações farmacêuticas1. O cloreto de sódio em gotas é especialmente utilizado em recém-nascidos e bebês, sendo bem tolerado e de fácil utilização2.

SPRAYS: proporcionam um jato com partículas de líquido maiores quando comparados com as partículas produzidas pelo jato de aerossóis, e atuam na cavidade nasal externa de maneira uniforme1. Essas apresentações têm um jato que alcança todas as regiões do nariz, devendo ser aplicadas com o paciente sentado2.

JATOS CONTÍNUOS (AEROSSOL): proporcionam um jato com pequenas partículas de líquido, o que melhora a capacidade de inalação do medicamento na cavidade nasal e, assim, promovem a umidificação mais profunda1. Têm a grande vantagem de ser aplicados em qualquer posição2.

Fontes: 1. Diretor da unidade de Marcas da EMS, Luiz Fernando Dias; e 2. Gerente médica das Franquias Gastro e Respiratória do Aché Laboratórios Farmacêuticos, Dra. Jana de Ameixa Valentim Fonseca

 

Segundo a especialista do Aché, a lavagem nasal auxilia na remoção da secreção e de crostas locais. Além disso, reduz a inflamação da mucosa e melhora o funcionamento do sistema mucociliar, que é responsável por remover, continuamente, o muco.

Sendo assim, essa higienização se torna especialmente importante nos pacientes com doenças, como a rinossinusite crônica e a rinite alérgica, e tem um papel fundamental naqueles com infecções agudas das vias aéreas. “Dados científicos demonstram que pacientes que realizam lavagem nasal têm, inclusive, menor tendência a usar antibióticos”, comenta a Dra. Jana.

Considerados bastante seguros, os higienizadoresà base de cloreto de sódio são indicados, ainda, para a limpeza nasal diária.

Por que alguns descongestionantes nasais podem causar dependência?

Além do cloreto de sódio, o mercado também oferece outros produtos para a desobstrução nasal, com composição diferenciada, que são indicados para casos mais acentuados do problema e que precisam de indicação médica para uso.

Compostos por substâncias, como nafazolina, fenoxazolina e oximetazolina, esses medicamentos agem como vasoconstrictores. “Eles promovem a redução no calibre dos vasos, melhorando o inchaço da mucosa nasal. Assim, podem ser utilizados nos pacientes adultos com congestão nasal importante, por seu rápido início de ação e alívio significativo do sintoma”, explica a gerente médica das Franquias Gastro e Respiratória do Aché Laboratórios Farmacêuticos, Dra. Jana de Ameixa Valentim Fonseca.

Entretanto, há muitos relatos de que esses produtos podem causar efeitos indesejados quando usados com exagero e sem recomendação de um especialista.

“Os descongestionantes com vasoconstritores devem ter seu uso a longo prazo evitado, pois existe a possibilidade de ocorrência do ‘efeito rebote’, que é a necessidade de doses cada vez maiores da medicação, em curtos períodos de tempo, para obtenção dos mesmos efeitos”, adverte o gerente médico da GSK, Marcelo Lima.

Manter o nariz limpo, além de amenizar os sintomas quando a doença já está instalada, previne gripes, resfriados, rinites e sinusites, melhorando a qualidade de vida do paciente, de acordo com a comunicação de Rinosoro.

Esses produtos são capazes, igualmente, de ajudar em situações específicas que levam à obstrução. “Podem ser usados em situações de ressecamento da mucosa nasal, como em casos de exposição ao ar-condicionado, à poluição e à baixa umidade do ar”, mostra o diretor da unidade de marcas da EMS, Luiz Fernando Dias.

Foto: Shutterstock

Inovação é chave do sucesso

Edição 304 - 2018-03-01 Inovação é chave do sucesso

Essa matéria faz parte da Edição 304 da Revista Guia da Farmácia.