As etapas da gestação

Uma vez que uma mulher decide tornar-se mãe, há uma longa jornada a ser percorrida até que ela dê à luz um bebê

O caminho se inicia com a contracepção. O ideal é que antes que o casal comece a tentar engravidar, a mulher procure um médico para checar se há alguma infecção vigente, que possa representar risco para ela e ao futuro feto.

“Rubéola, toxoplasmose e citomegalovírus, por exemplo, são doenças que, na mulher, geralmente não dão muitos sintomas, mas engravidar na vigência dessas infecções aumenta o risco de má formação para o bebê”, alerta o ginecologista responsável pela área de reprodução da Criogênesis, Dr. Renato de Oliveira.

É necessário também fazer um exame de sorologia para verificar se a mulher é portadora de alguma Doença Sexualmente Transmissível (DST), como sífilis, AIDS e HPV (papiloma vírus humano). Ir ao dentista e verificar o estado dos dentes e da gengiva é recomendável, uma vez que a boca é porta de entrada para infecções.

Vale a pena ainda investigar se a mulher não tem nenhuma outra doença – sabida ou não –, como diabetes, mau funcionamento da tireoide e anemia. A avaliação do histórico familiar também é muito importante. Mulheres com predisposição a desenvolver trombose ou alterações genéticas precisam ser orientadas a respeito dos riscos que elas podem correr ao longo da gravidez. “Todos são fatores que, diante de uma avaliação clínica, podem prepará-la melhor para a gestação”, garante o Dr. Oliveira.

Entender como funciona o organismo é fundamental para que a gestação ocorra no período planejado, uma vez que, em mulheres saudáveis com menos de 35 anos de idade, as chances de engravidar são de, aproximadamente, 18% a 30% a cada mês.

Dentro de uma gravidez planejada, também é possível iniciar a suplementação de ácido fólico antes mesmo da concepção. Esse nutriente é responsável por fechar o tubo neural do bebê, além de colaborar para a boa formação do sistema nervoso.

“Quando a mulher descobre que está grávida, normalmente, ela está de quatro a seis semanas, neste período, o sistema nervoso do embrião já se desenvolveu, logo, a prevenção de qualquer má formação deve se iniciar antes da gravidez. O desenvolvimento neurológico do bebê será muito mais favorável”, acrescenta a especialista em Reprodução Humana Assistida, Ginecologista e Obstetrícia, Dra. Adriana de Góes.

Uma vez feito esse checkup e o início da suplementação, o casal está apto a iniciar as tentativas de gravidez. As chances de sucesso serão maiores – e mais rápidas – se a mulher tiver conhecimento do período fértil. O cenário ideal para a concepção é durante a ovulação, que ocorre duas semanas antes da próxima menstruação.

“Para quem tem uma menstruação regular, fica fácil fazer a previsão. Já para aquelas que têm um ciclo desregulado, uma é dica é se atentar a uma secreção semelhante à clara de ovo que sai pela vagina mais ou menos no meio do ciclo. Isso é o muco ovulatório. Também há mulheres que sentem dor nesse período, devido ao rompimento do folículo. Também se trata de um sinal do período fértil”, detalha o Dr. Oliveira.

Entender como funciona o organismo é fundamental para que a gestação ocorra no período planejado, uma vez que, em mulheres saudáveis com menos de 35 anos de idade, as chances de engravidar são de, aproximadamente, 18% a 30% a cada mês.

“É normal que a gravidez não ocorra nos primeiros meses. Por isso, o diagnóstico de infertilidade de um casal que tem relações sexuais de duas a três vezes por semana, e que a mulher tem um ciclo menstrual regular, só pode ser dado depois de um ano de tentativas”, afirma o ginecologista da Criogênesis.

Apesar das mulheres estarem adiando cada vez mais a maternidade, o desejo de ter filhos ainda marca a vida da maioria delas; para ter uma gestação tranquila e saudável, é preciso seguir um acompanhamento próximo.

Foto: Shutterstock

Doenças de inverno

Edição 305 - 2018-04-01 Doenças de inverno

Essa matéria faz parte da Edição 305 da Revista Guia da Farmácia.