Os efeitos da pandemia são sentidos em toda a sociedade, mas em poucos lugares foram tão presentes quanto nas farmácias.
O medo de contágio pelo Covid-19 levou milhares de pacientes a deixaram de ir a hospitais, clínicas e centros médicos. A Associação Nacional de Hospitais Privados (Anahp) informou que desde o início da pandemia, o número de exames realizados caiu cerca de 80% e as cirurgias caíram pela metade.
A solução tecnológica buscou compensar a situação – a teleconsulta oferecida pelo Sistema Único de Saúde (SUS) chegou a 5,7 milhões de atendimentos; no setor privado, a teleorientação subiu 1.000%, segundo o Correio Braziliense.
Entretanto, essa solução ainda está longe de atender a essa demanda gigante, motivada pelo isolamento social e o temor de contágio com o novo coronavírus.
Esse cenário reforça que as farmácias podem ser o primeiro ponto de contato com o sistema de saúde, não se limitando ao suprimento de medicamentos, mas dedicando atenção aos clientes, buscando ouvir, identificar necessidades, analisar a situação e, em algumas vezes, definir condutas.
Dentro do processo, há uma oportunidade de reforço desses serviços por meio da orientação para o autocuidado no balcão da farmácia.
Mas o que é autocuidado?
O termo resume um conceito desenvolvido pela Organização Mundial da Saúde (OMS) e diz respeito a uma atitude ativa e responsável de cada indivíduo em relação à própria saúde, 24 horas por dia, sete dias por semana, por meio de hábitos, como higiene pessoal, nutrição e atividade física.
Na prática, o autocuidado, se adotado a partir das farmácias, pode diferenciar o atendimento, pois agrega valor à Atenção Farmacêutica, abrangendo importantes aspectos ligados a comportamentos e hábitos.
Um dos aspectos mais relevantes do autocuidado é a obtenção de informações advindas de fontes confiáveis, e a farmácia tem grande expressão, ficando atrás apenas da classe médica em termos de acesso à informação em saúde.
Quando o autocuidado diz respeito à mitigação de riscos para a saúde, como evitar bebida alcoólica ou fumar, essa informação durante o atendimento na farmácia certamente terá maior impacto para o cliente do que numa leitura.
O sétimo pilar do autocuidado leva em conta a utilização dos Medicamentos Isentos de Prescrição (MIPs), que estão no autosserviço. Aqui, abre-se a oportunidade de prestar um serviço adicional, entendendo a necessidade do cliente e oferecendo possibilidades de melhor combater aquele mal menor que será tratado por um MIP.
Entender e aplicar o autocuidado pode trazer diferenciais importantes para a farmácia, seja no ponto de vista de satisfação dos clientes, ou mesmo aumento das vendas de maneira racional e pertinente.
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