Farmácias e drogarias passam a oferecer serviços de auxílio constante na saúde da população. Clínicas já são realidade em mais de mil lojas em todo o País
O papel da farmácia e do farmacêutico está sendo cada vez mais reconhecido como essencial no dia a dia do brasileiro. Com a Lei 13.021, de 2014, os estabelecimentos passaram a oferecer assistência farmacêutica, assistência à saúde e orientação de saúde, deixando em evidência atuações que haviam se perdido. Esse tema foi debatido no II Workshop Retail Farma 2017 – “Cuidados Farmacêuticos – o novo papel do varejo farmacêutico na sociedade brasileira”, na capital paulista, em agosto último.
Nesse sentido, o project director LATAM Kantar Retail, Rogério Lima, disse, em sua apresentação, que acredita que o ponto de venda (PDV) será revertido a Ponto de Cuidado, por se tornar uma extensão dos cuidados médicos, ajudar na adesão ao tratamento, informar sobre saúde e uso correto de medicamentos, entre outros papéis que o farmacêutico começa a ter.
O coordenador do Programa Assistência Farmacêutica Avançada da Associação Brasileira de Redes de Farmácias e Drogarias (Abrafarma), Cassyano Correr, complementou dizendo que as farmácias passarão a ofertar um “mix de serviços”, como vacinação, gestão de pacientes crônicos e exames rápidos.
Já são aproximadamente 5.500 pessoas matriculadas, sendo por volta de mil e 1.500 membros ativos dos cursos on-line. No total, já foram emitidos aproximadamente 1.610 certificados |
Para ajudar na implementação dos serviços e treinamento dos farmacêuticos, a Abrafarma criou o Programa Assistência Farmacêutica Avançada, com sete principais assuntos: hipertensão, diabetes, revisão de medicação, autocuidado, imunização, tabagismo e perda de peso.
Em cada assunto, a Associação busca informar os profissionais e orientá-los no melhor serviço ao paciente, oferecendo, inclusive materiais informativos. O coordenador do Programa explica que o projeto oferece, também, uma série de cursos livres sobre os temas e uma pós-graduação em farmácia clínica e serviços farmacêuticos.
As lojas com clínicas
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“Já são aproximadamente 5.500 pessoas matriculadas, sendo por volta de mil e 1.500 membros ativos dos cursos on-line. No total, já foram emitidos aproximadamente 1.610 certificados”, revela Correr.
Entre as principais dificuldades para oferecer o serviço, Lima cita o espaço físico. Segundo ele, cerca de 60% dos varejistas afirmam não ter como abrir uma sala separada de sua farmácia para atender os pacientes. Além disso, houve certa indisposição com a classe médica, até que ficasse claro o papel do farmacêutico.
“O farmacêutico não dá diagnóstico, não receita medicamentos tarjados e não muda diagnóstico”, exemplifica o coordenador da Abrafarma sobre algumas das dúvidas que geraram desconforto inicial com os médicos. Ele exemplifica dizendo que se um paciente não sabe que é hipertenso, mas que apresenta sinais da doença, deve ser orientado a buscar ajuda médica para o diagnóstico correto.
O executivo finaliza dizendo que os novos serviços não são somente uma tendência, são uma realidade em expansão em todo o Brasil. Atualmente, todos os estados brasileiros possuem salas de atendimento clínico.
O workshop foi promovido em parceria com o Grupo Enter/SSP, que contará, a partir do próximo tema, com o apoio de mídia do Guia da Farmácia.
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