É muito comum os quadros de diarreia aguda estarem associados ao consumo de alimentos contaminados por toxinas, especialmente arroz, ovo, leite e frutos do mar. Entretanto, a causa mais frequente é a ingestão de alimentos e bebidas contaminadas por microrganismos virais, como o Norovirus, Rotavirus e Adenovirus, garante o gastroenterologista clínico do Centro de Doença Inflamatória Intestinal do Hospital 9 de Julho. Dr. Daniel Machado Baptista.
“A diarreia desencadeada por alimentos contaminados por toxinas aparece em até 24 horas após o consumo e não há muito o que fazer além de manter a hidratação adequada e, se necessário, usar medicamentos para aliviar a dor abdominal e o mal-estar, já que, na maioria das vezes, o quadro é autolimitado. Nesses casos, os vômitos costumam ser comuns e podem dificultar a hidratação.”
Segundo o especialista do Hospital 9 de Julho, outros fatores podem causar fezes amolecidas ou líquidas. “Infecções por bactérias e parasitas, uso prolongado de medicamentos, intolerâncias alimentares, além de outros distúrbios ou doenças intestinais, geralmente, provocam sintomas de alarme, como cansaço, dor abdominal, febre, presença de sangue nas fezes e perda de peso não intencional”, alerta.
Boa parte das diarreias agudas se resolve entre três e sete dias, podendo durar até duas semanas sem necessidade de atendimento médico. “Algumas exceções são crianças e idosos que desidratam muito rápido e podem precisar de auxílio emergencial e medicações endovenosas”, acrescenta.
Tratamento e o uso de probióticos
A maioria dos quadros de diarreia aguda não requer tratamento medicamentoso específico. Apenas cuidados com a hidratação e o uso de analgésicos em casos de dor e febre, segundo mostra a nutricionista do Hospital Santa Paula, Paula Quitério Oliveira.
“Atualmente, é também comum a prescrição de probióticos que ajudam a recompor a flora intestinal, contribuindo não só com a saúde digestiva e gastrointestinal, mas também com o fortalecimento do sistema imunológico e o bem-estar diário.”
Os probióticos são produtos à base de microrganismos vivos que, quando administrados em quantidades adequadas, proporcionam diversos benefícios à saúde.
Na explicação da nutricionista, eles interagem com a microbiota intestinal – conjunto de microrganismos formado, principalmente, por bactérias – e “ajudam a prevenir a multiplicação de microrganismos patogênicos, ou seja, que podem ser prejudiciais à saúde”.
“Quando há desequilíbrio na microbiota intestinal, chamado de disbiose, ‘as portas ficam abertas’ para que várias doenças apareçam, como diarreias, dermatites atópicas, entre outras”, finaliza.