As cores das manchas que surgem na pele podem indicar, em alguns casos, apenas problemas estéticos. Entretanto, em outras situações, podem significar, por exemplo, melanoma.
Assim, é indicado procurar um médico sempre que manchas aparecerem na pele. Isso porque quando surge um sinal diferente na pele e ele está crescendo, é importante ter a avaliação de um especialista afim de encontrar a causa e o melhor tratamento.
“A prevenção e o tratamento de cada uma delas depende do fator desencadeante. Como a maioria das manchas é causada por conta da exposição solar, é possível evitá-las com alguns cuidados diários, com o uso de protetor solar, mesmo em locais fechados, e evitar exposição ao sol intensa e frequente”, afirma a dermatologista da Rede de Hospitais São Camilo de São Paulo, Dra. Ana Célia Xavier.
Para esclarecer esse problema, o Guia da Farmácia ouviu a Dra. Ana e o dermatologista da BP – A Beneficência Portuguesa de São Paulo, Dr. Leonardo Abrucio, que mostraram as diferenças entre as colorações das manchas, causas e tratamentos. Acompanhe:
Manchas marrons
As causas mais comuns são nevos melanocíticos (distúrbio geralmente não cancerígeno das células da pele produtoras de pigmento, comumente chamado de marcas de nascença ou pintas); lesões mais altas chamadas queratosis seborreicas; melasmas; e manchas residuais de queimaduras na pele com limão ou perfumes, chamadas de fitofotodermatose.
Elas são estimuladas e aumentam de tamanho com a exposição solar, ou com o uso de perfumes com limão, maracujá e figo, plantas que estimulam a captação da energia solar, além da boa higienização das mãos após colocar limão na pele.
Para o melasma, também é indicado evitar banhos muito quentes e estresse. Além da fotoproteção local ou oral, o tratamento do melasma pode ser feito com o uso de substâncias que clareiam a pele.
Manchas pretas
São nevos melanocíticos, com carácter genético, e que aumentam muito com a exposição solar. Então, para a prevenção, o correto é diminuir a exposição solar e observar a evolução: se a borda, a coloração e o tamanho se modificam, é interessante procurar um dermatologista, para descartar a hipótese da pinta estar em transformação de um melanoma – tipo mais agressivo de câncer de pele.
Além disso, se a pinta tiver um formato muito irregular, ela deve ser retirada e encaminhada para análise para definir o diagnóstico e tratamento correto.
Tratamentos tópicos para cicatrizes
O tratamento das cicatrizes não depende somente da classificação delas, mas também da localização, tempo de formação, fator causador da lesão, condições clínicas e físicas do paciente, bem como raça, cor, idade e sexo. Assim, podem ser aplicados desde tratamentos tópicos, com cremes, a tratamentos químicos, cirúrgicos, laser, radioterapia e compressivos, cabendo ao médico escolher o mais adequado para o momento.
Para a maioria das cicatrizes normotróficas, os tratamentos tópicos são utilizados para buscar o melhor aspecto estético, visando minimizar diferenças de tecidos e colorações.
As substâncias mais utilizadas para o tratamento são aquelas que estimulam a divisão celular e reparação de fibras colágenas, apresentando em sua composição as vitaminas C e Luísa, retinoides, asiaticoside e óleos, principalmente de rosa mosqueta.
Elas podem ser aplicadas diariamente à noite ou de forma alternada, conforme orientação médica. Para algumas cicatrizes, como as atróficas, hipertróficas e queloides, o tratamento é diferenciado, conforme a seguir:
• Atróficas: tratamento à base de microagulhamento.
• Hipertróficas: tratamento à base de silicones e corticoides tópicos.
• Queloides: tratamento com infiltração de corticoide, silicones tópicos e beta terapia.
Fonte: dermatologista da Rede de Hospitais São Camilo de São Paulo, Dra. Ana Célia Xavier
Manchas roxas
Elas podem acontecer por diversas causas. Entre elas:
• Derramamento de sangue embaixo da pele, chamado de equimose;
• Origem traumática, quando ocorre uma batida no local, ou podem estar associadas a distúrbios da coagulação sanguínea ou a uma redução na quantidade de plaquetas no sangue;
• Uso de algumas medicações que alteram os fatores de coagulação, sobretudo anti-inflamatórios não hormonais e anticoagulantes, por exemplo.
A prevenção pode ser feita evitando traumatismo local. Já o tratamento pode ser feito evitando esfregar a pele, não usando buchas; utilizando sabonetes neutros que não irritem o local; verificando se o uso das medicações que facilitam o aparecimento dessas manchas pode ser interrompido; e fazendo exames de sangue para verificar se existem alterações na coagulação ou nas plaquetas.
Manchas vermelhas
Podem ocorrer da queimadura do sol; em reações alérgicas quando normalmente são associadas a inchaços, edemas e coceiras; e também podem ser hemangiomas, tumor benigno mais comum durante a infância relacionado a malformação vascular presente ao nascimento; lesões na pele; e hiperpigmentação.
Há também os nevos de rubis, pintas vermelhas vasculares que se apresentam inicialmente como manchas pequenas e planas, mas a partir da terceira década de vida podem aumentar de tamanho. Essas manchas não regridem, ou seja, só podem ser retiradas com algum tipo de tratamento. Por fim, as vasculites, um processo inflamatório temporário desencadeado por medicamentos, infecções e pela inflamação de vasos sanguíneos.
Não é possível prevenir hemangiomas, mas algumas formas da doença podem ser tratadas à base de laser ou luz intensa pulsada.
Os tipos de cicatrizes
Atróficas
São mais comuns e independem de fatores genéticos. Elas aparecem por conta da perda de estruturas que dão apoio e firmeza à pele, como músculo e gordura. A principal característica é que são cicatrizes normalmente mais claras e costumam ser mais frequentes em casos de acne, cirurgia e acidentes.
Hipertróficas
Aparecem quando o corpo produz colágeno em quantidades anormais e de modo desorganizado, o que a caracteriza por terem uma textura mais altas e assintomáticas. São cicatrizes em que o tecido fica mais grosso que a pele normal e ficam altas no local onde a pele foi lesada.
Retraídas
Apresentam um aspecto tenso e repuxado, causando contratura entre os segmentos corporais envolvidos. Sua formação mantém a característica básica do tecido, mas por alguma interferência cirúrgica, acidental ou de queimadura em qualquer extensão, não alcança a mesma altura da pele boa, resultando em uma cicatriz que traciona as margens da pele.
Queloidianas
Cicatrizes que ficam ainda mais altas que as hipertróficas, vão além do corte ou da lesão, ultrapassando a extensão inicial de forma intensa. Sendo constituído por tecido fibroso denso e duro que provoca desconforto local, coceira e dor, esse tipo de cicatriz está relacionado a fatores de raça e genéticos. Existem alguns locais onde é mais comum que dê queloide, como lóbulos da orelha e nos ombros, por exemplo.
Normotróficas
São as cicatrizes normais, que aparecem após machucados simples, isto é, são cicatrizes que respeitam o limite do tecido. Seu reparo ocorre no mesmo tamanho da agressão, profundidade, reconstruindo e mantendo as características da pele antes do ferimento.
Fontes: dermatologista do Hospital Santa Paula, Dra. Maria Luisa Barros; e dermatologista da Rede de Hospitais São Camilo de São Paulo, Dra. Ana Célia Xavier
Manchas brancas
Podem aparecer por diversos fatores, como ressecamento ou infecções, porém elas também podem indicar algum tipo de problema de pele que necessita de tratamento, como dermatite, hipomelanose ou vitiligo, uma doença crônica hereditária que é desencadeada por estresse e exposição solar intensa, por exemplo.
Outro tipo de mancha que pode ser desencadeada por exposições solares mais intensas e frequentes é a leucodermia solar. Em pacientes com diagnóstico de vitiligo, é possível evitar alguns fatores que possam precipitar o aparecimento de novas lesões ou acentuar as existentes, como reduzir o estresse, evitar banhos muito quentes e demorados, assim como a exposição ao sol.
Fonte: Guia da Farmácia
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