Em 2030, a depressão será doença mais comum do mundo

Segundo dados da OMS, estima-se que até 2030 a depressão será a doença mais comum do mundo

A depressão sempre existiu, apenas não era devidamente diagnosticada, contudo tornou-se mais frequente no decorrer das décadas. Ademais, a doença tem muito a ver com a vida que se leva nas grandes cidades.

A falta de vínculos afetivos deixa as pessoas mais suscetíveis a transtornos mentais, com menos tempo para usufruir do convívio com as pessoas de quem gostam, somado a outros problemas naturais (desemprego, falecimento de pessoas próximas, mudanças repentinas), e uma vida cada vez mais exigente por sucesso, por dinheiro, por destaque, entre outros, aumentando muito o nível do estresse.

“Existe uma regra básica em medicina para se manter a saúde, seja física ou mental, que é a de se ter uma alimentação equilibrada, atividade física regular e equilíbrio entre os períodos de sono e vigília e de atividade e repouso. No caso da depressão, outro fator importantíssimo é a rede afetiva e social. Sabemos que indivíduos casados, que constituem família, que possuem amigos, que têm atividades sociais, adoecem menos de depressão. Isso talvez seja um dos motivos que cause a impressão de que as pessoas estão mais doentes nos grandes centros urbanos, pois, além de estarem mais estressadas pelos fatores ambientais, elas estão mais solitárias”, aponta a médica psiquiatra pela Santa Casa de São Paulo e consultora da Libbs Farmacêutica, Dra. Giuliana Cividanes.

Estágios da depressão

Não existe um consenso para os estágios da depressão, pois ela pode se manifestar de formas diferentes em cada indivíduo. Contudo, há algumas similaridades da intensidade que podem ocorrer entre vários indivíduos. Dessa forma, a depressão pode acontecer em três níveis:

Considerada leve, quando a pessoa sofre com os sintomas e diminui seu rendimento, mas, com grande esforço, consegue manter suas atividades sociais e seu trabalho.

 

 

É a depressão moderada, que conduz ao isolamento; a pessoa falha em seus compromissos, pode faltar ao trabalho e evita ocasiões de lazer e contato social.

 

 

Na forma profunda, o paciente abandona qualquer tipo de atividade, isola-se totalmente e permanece sentado ou deitado.

 

 

Fonte: psicólogo do Hospital Israelita Albert Einstein, Thiago Amaro

 

Os cuidados com as recaídas da depressão

De acordo com os especialistas, fazer um trabalho mental é fundamental e significante, pois na depressão, normalmente, os pensamentos são sempre pessimistas, desta forma, domar a imaginação e usar a lógica pode ajudar na negatividade antes de perder o controle.

Ainda é muito importante ressaltar que a depressão afeta todas essas situações e, dependendo da gravidade dos sintomas, o paciente não vai conseguir executar essas alternativas.

Segundo informa a médica, comunidades menores tendem a ser mais acolhedoras com seus membros. As pessoas se conhecem mais intimamente, sabem o nome do seu vizinho, por exemplo, e tendem a ser mais solidárias, aumentando o suporte e a rede social do indivíduo.

“É difícil falar de cura no transtorno depressivo, o objetivo central do tratamento é a remissão (melhora completa dos sintomas depressivos), pois mesmo quando tratada de forma adequada, cerca de 80% das pessoas com diagnóstico de depressão devem apresentar um ou mais episódios de recaídas, dessa forma, devemos ver como uma doença crônica, como diabetes e hipertensão, e o uso de medicamentos, combinado com uma abordagem psicológica (psicoterapias) e alterações de hábitos, comportamentos e ambiente quando necessárias podem levar o paciente a ter uma vida absolutamente normal”, ressalta Amaro.

Algumas alternativas naturais têm sido utilizadas como os medicamentos fitoterápicos e homeopáticos, que garantem menos efeitos colaterais.

Tristeza profunda, pensamentos negativos, baixa autoestima, culpa, estresse e alterações no sono são sinais de uma doença silenciosa e que merece ser encarada com mais atenção pela sociedade, a depressão.

Foto: Shutterstock

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Passagem obrigatória

Edição 299 - 2017-10-23 Passagem obrigatória

Essa matéria faz parte da Edição 299 da Revista Guia da Farmácia.