Farmacêuticos: O resgate da profissão

As consequências do distanciamento do farmacêutico e dos cuidados com a saúde da população foram desastrosas

As consequências do distanciamento do farmacêutico e dos cuidados com a saúde da população foram desastrosas. Os sistemas de saúde ficaram sobrecarregados, já que, mesmo diante de males corriqueiros, as pessoas buscavam o auxílio dos médicos em hospitais públicos e privados.

Ao mesmo tempo, a automedicação cresceu vertiginosamente, aumentando os quadros de intoxicação e casos em que sintomas de problemas graves eram mascarados. Diante desse quadro, as entidades de saúde perceberam a necessidade de resgatar as origens da profissão de Farmácia.

Nos últimos anos, devido um trabalho intenso das entidades de classe, muitos avanços foram obtidos em direção ao empoderamento do farmacêutico no Brasil.

“Hoje, no mundo inteiro, há um movimento de resgate do papel do farmacêutico como profissional da saúde e aqui nós seguimos nessa direção”, garante o presidente do Conselho Federal de Farmácia (CFF), Walter da Silva Jorge João.

Nos últimos anos, devido um trabalho intenso das entidades de classe, muitos avanços foram obtidos em direção ao empoderamento do farmacêutico no Brasil.

“Nós conseguimos, junto ao Ministério do Trabalho e Emprego (MTE), a atualização da Classificação Brasileira de Ocupações (CBO), de dois para oito ocupações e de 19 para 117 especialidades”, destaca Jorge João. Com isso, o farmacêutico ganhou respaldo legal para atuar em áreas nunca antes imaginadas, como a floralterapia, a estética, a perfusão sanguínea, entre outras.

Também foram publicadas mais de 90 resoluções que trouxeram benefícios à prática da profissão. As que desencadearam as maiores transformações no cenário profissional foram as de números 585 e 586, ambas de 2013, que dispõe sobre a criação das farmácias clínicas e permite a prescrição farmacêutica, respectivamente.

Nesse mesmo ano, o CFF coordenou o processo de criação do Fórum Nacional de Luta pela Valorização da Profissão Farmacêutica, que participou ativamente da mobilização pela aprovação da Lei 13.021/14, outra grande conquista. “Essa lei recuperou a autoridade do farmacêutico nas farmácias e colocou a enorme capacidade técnica do profissional a serviço da população brasileira no cuidado com a sua saúde”, afirma Jorge João.

A industrialização no processo de fabricação dos medicamentos acabou por distanciar o farmacêutico da prática clínica; agora, entidades de classe lutam para retomar o papel deste profissional no cuidado da saúde da população

Foto: Shutterstock

Estrelas do mês

Edição 302 - 2018-01-01 Estrelas do mês

Essa matéria faz parte da Edição 302 da Revista Guia da Farmácia.