Nos últimos meses, o varejo farmacêutico brasileiro conquistou importantes vitórias, como avanços na campanha pela redução de impostos sobre medicamentos; e a decisão do Supremo Tribunal Federal (STF), que confirmou a constitucionalidade das diversas leis estaduais que garantem a venda de artigos de conveniência nas farmácias. Contudo, o grande trunfo é, sem dúvida, a valorização do principal agente das farmácias: o farmacêutico.
Com a sanção da Lei 13.021/14, em agosto de 2014, esse profissional ganhou mais autonomia e segurança em seu trabalho. Além de trazer melhorias consideráveis para o atendimento, isso abre caminho para a ampliação do leque de serviços que coloca o farmacêutico cada vez mais fora do balcão e perto do cliente.
É evidente que a adoção desse modelo pode trazer grandes benefícios aos consumidores brasileiros, por representar uma alternativa às salas de emergência de hospitais, procuradas muitas vezes em ocasiões que não configuram tamanha urgência. Também é um grande reforço para campanhas de conscientização e imunização.
E é dessa maneira que as empresas ligadas à Associação Brasileira de Redes de Farmácias e Drogarias (Abrafarma) enxergam o futuro do segmento nacional. São empresários que entendem o papel dos estabelecimentos de varejo farmacêutico além da simples comercialização de medicamentos. Hoje, o cliente busca nas gôndolas produtos para seu pleno bem-estar e para conveniência. E, no que se refere à Atenção Farmacêutica, contar com um profissional especializado para guiá-lo por esse caminho é mais que essencial: é promissor.
O primeiro passo das grandes redes nessa direção é estruturar os intitulados Serviços Farmacêuticos Avançados, por meio da elaboração de manuais, reuniões com grupos de especialistas e a capacitação de farmacêuticos. Ao longo deste ano, serão implantados serviços em lojas-piloto, o monitoramento dos resultados e o desenvolvimento final do modelo
de negócios.
Contudo, o caminho ainda é longo. Para alcançarmos o patamar de países em que o varejo farmacêutico é destaque por sua eficiência e pujança, é preciso criar leis que ampliem o mix de produtos na categoria de saúde, como equipamentos de autodiagnóstico; regulem os serviços de clínicas médicas nas farmácias, a exemplo do que descrevi anteriormente; incluam sistemas de auto-check de prescrições, refil e histórico de uso; e expandam a classificação de produtos de conveniência com foco em bem-estar.
Dessa forma, não apenas o farmacêutico será valorizado, mas principalmente o consumidor que, em vez de encontrar a frieza mecânica de um balcão, terá disponível um profissional que entende suas necessidades e zela por sua segurança e bem-estar.