Seja para equilibrar os hormônios, controlar o fluxo menstrual ou para prevenir a gravidez, são inúmeras opções de contraceptivos e, por isso, muitas mulheres ficam na dúvida sobre qual escolher. Cada uma tem uma rotina, um estilo de vida, suas necessidades e cada organismo reage de um jeito.
Efeitos benéficos, reações adversas e contraindicações vão variar do tipo de método escolhido, qual hormônio utilizado e fatores específicos da paciente. Portanto, a importância de escolher um método anticonceptivo varia de mulher para mulher e só um especialista pode fazer essa avaliação.
Segundo a ginecologista e obstetra em São Paulo, Dr. Débora Oriá, cada paciente precisa ser avaliada a fim de que se identifiquem os objetivos, as contraindicações, o histórico, se existe trombose na família, obesidade, diabetes, ovário policístico…
Na consulta, avalia-se, ainda, se, para ela, a menstruação é um transtorno e se ela quer continuar menstruando. Tudo isso levando em conta a idade da paciente, se ela tem planejamento futuro para engravidar, se busca tratamento para equilibrar os hormônios. Enfim, são muitas as variáveis que precisam ser avaliadas para chegar ao método ideal.
Os cuidados com a pílula do dia seguinte
A pílula do dia seguinte é um contraceptivo de emergência, devido à alta dose de hormônios. Segundo a médica formada pela Universidade Estadual de Campinas (Unicamp) e especialista em Medicina Reprodutiva, Dra. Fabiana Nakano, não é recomendado que se use esse método rotineiramente.
Além de desregular o ciclo, as mulheres podem sentir efeitos colaterais leves, como vômito, náuseas, tontura e dor de cabeça. Os mais graves seriam os eventos cardiovasculares como trombose, Acidente Vascular Cerebral (AVC) e infarto.
Sua eficácia varia de 56 a 86%. O ideal é que se utilize até no máximo após 72 horas do sexo desprotegido e quanto antes for usada, maior sua eficácia. Mas é preciso lembrar que essa “bomba hormonal” (a concentração dos hormônios que ela contém pode corresponder de 10 a 15 vezes a dose de uma pílula comum) não previne as Doenças Sexualmente Transmissíveis (DSTs), como as hepatites, sífilis e HIV.
A médica conta, inclusive, que grande parte das pacientes já chega ao consultório com o método escolhido. “O desejo delas é avaliado e não havendo contraindicação formal para aquele método, ele é levado em consideração.”
A Dra. Débora mostra, a seguir, alguns dos métodos mais utilizados:
Preservativo masculino ou camisinha
Considerado um método de barreira, é considerado o mais seguro, pois além de evitar a gravidez, também protege contra as Doenças Sexualmente Transmissíveis (DSTs). É um dos métodos contraceptivos mais populares, pois tem baixo custo e é fácil de usar. Além disso, apresenta um alto índice de eficácia quando utilizado do modo correto.
Camisinha feminina
É uma espécie de “saco” feito de mesmo material que a camisinha masculina, que possui dois anéis nas extremidades. Um serve para facilitar a introdução da camisinha na vagina e o outro serve para segurar a camisinha na vulva, protegendo os pequenos e grandes lábios também. Também evita DSTs. A eficácia contra a gravidez é de aproximadamente 97%.
Pílula anticoncepcional
É o método mais utilizado pelas mulheres para evitar a gravidez, pois possui hormônios semelhantes àqueles produzidos pelos ovários, fazendo com que a ovulação não ocorra e não exista um óvulo pronto para ser fecundado. Está disponível na formulação que contém estrogênio e progestogênio; ou apenas com progestogênio, que é mais comum durante a amamentação, em mulheres tabagistas ou naquelas com mais de 35 anos de idade.
Injeção
Semelhante à pílula, pode ser composta por um ou dois hormônios. As aplicações podem ser mensais ou trimestrais. Como grande vantagem, temos o fato de não ter de lembrar sempre de tomar.
Adesivo
Funciona como a pílula tradicional, mas neste caso os hormônios estrogênio e progestogênio são absorvidos através da pele, protegendo até 99% contra a gravidez, desde que seja usado corretamente. O adesivo anticoncepcional é bastante eficaz porque libera hormônios na corrente sanguínea que impedem a ovulação, além de tornarem o muco cervical mais espesso, evitando que os espermatozoides consigam chegar até ao útero, diminuindo muito as chances de gravidez.
Implante subdérmico
É um método contraceptivo com cerca de 3 cm de comprimento e 2 mm de diâmetro, que é introduzido embaixo da pele do braço pelo médico ginecologista. Este método contraceptivo tem uma eficácia superior a 99%, dura três anos e atua liberando um hormônio para o sangue, tal como a pílula. Contudo, essa liberação é feita de forma contínua, impedindo a ovulação sem que seja necessário tomar um comprimido todos os dias. O implante anticoncepcional deve ser prescrito e só pode ser inserido e retirado pelo especialista.
DIU
É um dispositivo em forma de “T”, feito de plástico, contendo arame de cobre fino enrolado na haste vertical e manguitos de cobre nos braços horizontais, colocado dentro do útero da mulher para impedir que ocorra uma gravidez. O Dispositivo Intrauterino (DIU) impede o encontro dos espermatozoides com o óvulo, impossibilitando a fecundação. Apenas um profissional é apto para colocar o contraceptivo na mulher.
Diafragma
É um anel flexível envolvido por uma borracha fina, que impede a entrada dos espermatozoides no útero. Para haver o funcionamento correto do diafragma, a mulher deve colocá-lo dentro da vagina cerca de 15 a 30 minutos antes da relação, e retirá-lo 12 horas após o ato sexual. Esse método contraceptivo apresenta uma chance de falha de 10%. Por se tratar de um procedimento de barreira e não hormonal, não possui efeitos adversos e ainda apresenta uma grande vantagem: a redução do risco de câncer de colo do útero.
Anel vaginal
É um pequeno objeto de plástico flexível inserido na vagina para atuar como contraceptivo. Funciona como a pílula, mas só precisa ser inserido uma vez por mês.
Evolução dos preservativos
Ao passar pelos pontos de venda (PDVs) das farmácias, pode-se encontrar uma série de marcas que colocam à disposição do consumidor, de maneira acessível, preservativos com alguns sabores, tamanhos, que causam sensibilidade na hora do sexo, texturizadas, enfim, com algumas especificidades para atrair o cliente. Mas existe a camisinha ideal? Sim, existe! É aquela que atende às necessidades e preferências dos usuários. O mercado é vasto e a farmácia pode oferecer um mix completo ao consumidor.
Acompanhe o que pode ser encontrado no mercado:
Sabores: morango, chocolate, café, hortelã, frutas e até drinks, como mojito e caipirinha, são alguns dos aromas em que a indústria tem apostado para esse tipo de produto.
Texturas: látex de borracha natural com silicone (lubrificante), lubrificação extra ou com agentes especiais que inibem a ação dos espermatozoides e ultrafinos são alguns dos materiais disponíveis.
Tamanhos: além das versões tradicionais, já existem tamanhos especiais, com largura maior que os preservativos convencionais.
Sensações: versões que esquentam ou esfriam durante a relação sexual (ice ou hot) são diferenciais já encontrados.
Fonte: Guia da Farmácia
Foto: Shutterstock