Mitos e verdades sobre as frieiras

Causadas por fungos, as micoses nos pés podem ser um tormento aos acometidos, gerando prurido de moderado a intenso

Umidade, calor, fricção e maceração facilitam a infecção por fungos. Ambientes contaminados, como banheiros, chuveiros, vestiários e piscinas, somados a uma série de fatores individuais, também contribuem para a manutenção da infecção fúngica e, entre elas, a micose nos pés1. Popularmente conhecido como frieira ou pé de atleta, esse tipo de micose é mais comum entre os dedos dos pés, mas pode afetar a lateral e região da planta do pé, e outras áreas, como a região inguinal ou virilha2.

Para esclarecer dúvidas recorrentes sobre o tema, a Bayer respondeu sobre mitos e verdades que podem ajudar o farmacêutico no esclarecimento de questões recorrentes que chegam ao balcão. Acompanhe.

A frieira só ocorre entre os dedos dos pés.

Mito. Embora costume ocorrer entre os dedos, a frieira também pode aparecer na sola, no calcanhar e nas laterais dos pés, podendo se espalhar para as unhas, que ficam descoloridas, grossas e quebradiças. Este tipo de micose também pode acometer as mãos e aparecer em áreas de dobras, como virilhas, axilas e embaixo das mamas. Para evitar que isso aconteça, caso esteja infectado, é importante usar toalhas diferentes para os pés e para o resto do corpo, e lavar sempre as mãos depois de aplicar qualquer medicamento.

Frequentar piscinas pode causar frieira.

Verdade. Altamente contagiosa, a frieira pode ser transmitida, principalmente, em áreas comuns como piscinas, vestiários e saunas. Uma pessoa fica suscetível ao contágio quando os pés entram em contato com água contaminada ou superfícies em que haja a presença do fungo. Para evitar a contaminação, deve-se proteger os pés com chinelos e mantê-los secos.

O pé de atleta só se propaga no verão.

Mito. A infecção pode se desenvolver em qualquer época do ano. Durante o inverno, por exemplo, o uso de botas e meias sintéticas fazem com que os pés retenham o suor, deixando-os abafados e mais úmidos, o que favorece a proliferação dos fungos. Por isso, é importante optar pelas meias de algodão, seda ou lã, que absorvem o suor e deixam a pele respirar. Além disso, trocar as meias todos os dias e não utilizar o mesmo calçado por dois ou mais dias seguidos – colocando-os no sol com frequência –, também são fundamentais na prevenção do problema.

Pessoas com baixa imunidade ficam mais predispostas à ocorrência de frieiras.

Verdade. Quando uma pessoa está com o sistema imunológico debilitado, o corpo enfrenta dificuldades para combater infecções. Como o pé de atleta é uma infecção por fungos, a pessoa com imunidade baixa tem maior risco de incidência de frieira.

As frieiras melhoram com o tempo e não precisam de um tratamento específico.

Mito. Por se tratar de uma infecção causada por fungos, esses microrganismos podem continuar infectando a pele por tempo indeterminado. Para tratar a micose, é preciso utilizar um medicamento antifúngico. O quanto antes a pessoa iniciar o uso do medicamento adequado, mais rápido a frieira será eliminada.

Frieiras são mais preocupantes em pessoas com diabetes.

Verdade. Algumas pessoas, mesmo tomando os devidos cuidados, acabam ficando mais suscetíveis à infecção. Pacientes com diabetes, por exemplo, devem estar mais atentos e enxergar a frieira como um sinal de alerta. O diabetes pode reduzir a sensibilidade nas extremidades do corpo e complicar quadros infecciosos. Portanto, manter os pés sempre arejados e secos, e sempre que observarem alterações na pele dos pés ou unhas, os diabéticos devem procurar o atendimento médico.

Passar talco entre os dedos e nos pés pode ajudar no tratamento da frieira.

Mito. O uso de talco vai auxiliar no controle de umidade nos pés, mas não será capaz de combater os fungos. Somente o tratamento com antifúngico poderá eliminar os microrganismos que causam o pé de atleta.

É possível pegar frieira usando o sapato de alguém que tenha a infecção.

Verdade. Não apenas sapatos, mas compartilhar esteiras, tapetes, roupas de cama e vestimentas com alguém infectado, além de andar descalço em áreas onde a infecção pode se espalhar, como vestiários, saunas, piscinas, banheiras e chuveiros comuns, podem desencadear o desenvolvimento da infecção. A susceptibilidade individual também é um fator importante.

Quem tem frieira não pode fazer exercícios físicos.

Mito. A pessoa pode praticar esportes, mas tomando os devidos cuidados para evitar a propagação da doença. Não ficar descalço em vestiários, caprichar na higiene, lavando e secando bem os pés, e optar pelo uso de meias de algodão.

Lavar e secar bem os pés ajudam a prevenir frieiras.

Verdade. Manter os pés limpos e secos é essencial para a prevenção da doença. Assim, é importante secar bem entre os dedos e não compartilhar toalhas, calçados ou meias com outras pessoas, além de ser recomendado realizar a limpeza frequente desses itens.

Frieira é um problema simples e permite a automedicação.

Mito. As frieiras podem ser causadas por diferentes fungos e fatores. Por isso, é fundamental consultar um médico se não tiver certeza do diagnóstico ou se os sintomas persistirem após o tratamento. A prescrição médica irá indicar, além do medicamento, a dosagem e o tempo adequados para o tratamento, que pode ser diferente de uma pessoa para outra.

Fonte: Guia da Farmácia
Foto: Shutterstock

Mercado Aquecido

Edição 353 - 2022-04-19 Mercado Aquecido

Essa matéria faz parte da Edição 353 da Revista Guia da Farmácia.