Norovírus e rotavírus

Causadores de quadros de gastroenterite aguda podem ter a transmissão bloqueada pela higienização das mãos. Saiba mais sobre essas patologias

A médica infectologista e membro da diretoria da Sociedade Paulista de Infectologia, Dra. Lucy Vasconcelos, explica que o norovírus é um tipo de vírus que pode ser transmitido com a ingestão de alimentos ou bebidas contaminados por ele.

“O norovírus é o principal causador de gastroenterite em adultos na América do Norte, sendo responsável por mais de 90% dos surtos. Epidemias localizadas ocorrem quando grupos de indivíduos passam um período de tempo em relativa proximidade física num local confinado, como em cruzeiros, hospitais, restaurantes, escolas, etc. O vírus também pode ser transmitido pelo ar por meio da tosse. Os indivíduos podem permanecer infectados mesmo depois de a diarreia ter cessado”, explica.

Segundo o Dr. Ludwig, o norovírus é ainda responsável por 15% a 20% de todo episódio de gastroenterites no Brasil e acomete pessoas de todas as idades. “Em idosos e recém-nascidos, os quadros podem ser mais graves. Recentemente, durante as Olimpíadas de Inverno, tivemos um surto de contaminação por norovírus com centenas de pessoas acometidas”, comenta.

No caso do norovírus, além da higienização das mãos, os alimentos também devem passar por esse processo, especialmente os crus, como frutas, verduras e legumes.

“Para higienizar os alimentos, é importante deixar as frutas e as verduras de molho em uma bacia com um litro de água e uma colher de sopa de água sanitária ou de hipoclorito de sódio durante 15 minutos e, em seguida, lavar as frutas e as verduras em água potável para retirar o excesso de hipoclorito”, recomenda a Dra. Lucy.

Já o rotavírus atinge predominantemente as crianças, já que, com o passar do tempo, o organismo humano adquire imunidade a ele. “Até os três anos de idade, os bebês e as crianças podem ser acometidos por esse vírus que pode evoluir para quadros graves, levando até a morte. O rotavírus é responsável por entre 500 e 800 óbitos no Brasil todos os anos, além de 100 mil casos de infecções e quadros de diarreia profusa, além de vômitos e dor abdominal”, relata o Dr. Ludwig.

É comum ainda que adultos que estejam cuidando  de crianças acometidas pelo vírus sejam infectados, uma vez que pode haver contato com as fezes da criança durante a troca de fraldas, por exemplo.

Polêmica nos fármacos

Edição 306 - 2018-05-01 Polêmica nos fármacos

Essa matéria faz parte da Edição 306 da Revista Guia da Farmácia.