Nutrientes essenciais

Para realizar as atividades do cotidiano, consumidores apostam em produtos que garantam saúde e qualidade de vida. O ponto de venda precisa estar abastecido para alavancar as vendas nesta categoria que só cresce

Cada vitamina tem um papel importante na construção ou manutenção de estruturas do corpo. As necessidades dessas vitaminas mudam com o estágio da vida. Se a consumidora está em fase de engravidar, é importante ter doses adequadas de ácido fólico. Se está na menopausa, a vitamina D é fundamental.

As vitaminas participam em várias reações dentro das células. Nenhum alimento contém tudo o que necessário. A única vitamina produzida no próprio corpo é a vitamina D, fabricada na pele pela exposição ao sol. Todas as demais devem vir pela dieta (frutas e vegetais) e quando esta é inadequada, a suplementação é importante.

Entre os 30 e 35 anos de idade, os níveis de colágeno da pele e dos ossos tendem a se reduzir devido ao envelhecimento natural do organismo das pessoas, tanto em homens quanto em mulheres. “No entanto, no período da menopausa, que ocorre, geralmente, entre os 45 e 55 anos, a redução dos níveis de hormônios colabora para uma perda mais acelerada do colágeno e, portanto, o envelhecimento da pele e a ocorrência de perda óssea (osteoporose) ficam mais intensos”, informa a farmacêutica da Consulfarma Assessoria Farmacêutica, Karina Ruiz.

Embora o colágeno seja produzido naturalmente pelo organismo desde o nascimento, ao longo da vida, o corpo sofre uma perda gradual deste componente. A alimentação correta com frutas, verduras e carnes, teoricamente, teria a capacidade de suprir o organismo com substrato para a produção de mais colágeno. No entanto, muitas vezes isso não acontece, sendo necessário o consumo de suplemento para alcançar a quantidade ideal diária à formação de colágeno, tanto para homens como para mulheres.

“Quanto ao cálcio, o esqueleto humano contém 99% de todo esse mineral presente no organismo. Ele é essencial para nos manter vivos, uma vez que é necessário para ativar a contração muscular, a transmissão de impulsos nervosos e a coagulação do sangue. É também um dos responsáveis pela resistência dos ossos nas várias etapas da vida”, afirma a diretora técnica da divisão de saúde e divisão de medicina física do Instituto de Ortopedia e Traumatologia (IOT) do Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo (HC – FMUSP), Dra. Pérola Grinberg Plapler.
Segundo a especialista, a osteoporose pode aparecer quando o consumidor não consegue absorver no trato digestivo o cálcio dos alimentos ingeridos. Como ele é necessário para importantes funções, quando não há entrada dele no corpo, pela dieta, passa a ser retirado dos ossos, que funcionam como um estoque de cálcio. Em geral, a osteoporose avança lentamente e só é percebida quando surgem as primeiras fraturas, acompanhadas de dores agudas.

O melhor é prevenir

Muitas pessoas ficam em dúvida sobre qual é o momento certo para procurar ajuda de especialistas, a partir de que idade elas devem fazer exames de rotina e quando a reposição nutricional deve ter início, por meio dos suplementos vitamínicos.

De acordo com a Dra. Pérola, a maioria dos nutricionistas recomenda que a obtenção das vitaminas seja por uma dieta rica e variada. Teoricamente, com a ingestão de frutas, é possível obter toda a vitamina e grande parte de todos os nutrientes essenciais necessários para melhorar a imunidade e ter energia. No entanto, pessoas com restrição alimentar e problemas de má absorção devem fazer a suplementação.

Mitos

• Ao consumir suplementos todos os dias, o consumidor pode se intoxicar.
Mito. A grande maioria dos suplementos indica que o uso deve ser diário dentro das recomendações especificadas na embalagem.
• Se o consumidor tem uma boa alimentação, ele não precisa usar suplementos.
Mito. Nem sempre uma boa alimentação significa que ela está balanceada com todas as vitaminas e nutrientes necessários.
• Suplementos vitamínicos engordam.
Mito. Na ocasião do lançamento dos suplementos vitamínicos em geral, além das vitaminas, eram acrescentados açúcar e estimuladores de apetite em sua composição. Atualmente, os estimuladores foram retirados da formulação e o açúcar, na maioria das marcas, foi substituído por adoçantes.
• O suplemento deve ser ingerido somente em jejum.
Mito. Pelo contrário, durante e após a alimentação, o mecanismo físico e hormonal do corpo favorece a absorção dos nutrientes (vitaminas).
• Só quem faz atividade física pode fazer uso de suplementos vitamínicos.
Mito. Quem não faz atividade também pode tomar, sendo que o objetivo do suplemento vitamínico é complementar a alimentação.
Fonte: gerente de produto de Nutracom, Josué Vida

“As vitaminas podem ser dosadas no sangue sempre que suspeitamos que possam estar deficientes, causando algumas doenças. A mais comumente medida é a vitamina D. Grande parte da população de todas as idades, de todas as partes do mundo e de ambos os sexos tem baixas quantidades de vitamina D, pela baixa exposição ao sol. A probabilidade de ingestão demasiada de qualquer vitamina por meio de alimentos é remota. É mais provável que isso ocorra com a suplementação de vitaminas de forma desorganizada. Por essas razões, é sempre importante ter uma orientação profissional adequada para não exagerar na suplementação.”

Homens e mulheres podem ter necessidades diferentes no dia a dia. Algumas doenças, por exemplo, podem afetar mais os homens e outras doenças afetam mais as mulheres. As necessidades também são diferentes conforme a faixa etária e o estilo de vida. Por esse motivo, é importante que cada pessoa observe onde está a sua maior necessidade, para que não haja deficiência de nutrientes necessários ao metabolismo.

Vale ressaltar que quando não há a ingestão adequada das necessidades diárias de vitaminas e minerais, pode ser necessário incrementar a dieta com um suplemento alimentar, com indicação médica. A medida tem como objetivo manter o aporte ideal de nutrientes essenciais e, consequentemente, garantir o bom funcionamento do organismo.

“Há exames de rotina indicados para diferentes fases da vida. Especificamente para aspectos relacionados à reposição vitamínica, quando o médico identifica alguma alteração clínica que possa ser causada por este déficit, a investigação deve ser feita. Exemplos disso são anemia, dor óssea, fraturas não traumáticas, diminuição da função da tireoide, insuficiência renal. Além disso, a parada da menstruação (menopausa) aumenta o risco de hipovitaminose D e, nesta situação, sua dosagem no sangue deve ser solicitada”, alerta a gerente médica da divisão farma do Laboratório Cristália, Dra. Juliana Bsaibess.

Categoria merece destaque

Devido ao crescimento das categorias de vitaminas e suplementos alimentares e à mudança de hábito dos consumidores brasileiros, que hoje buscam uma vida mais saudável e estão praticando mais atividade física, essa categoria tem de ficar mais visível, ou seja, o consumidor precisa ter mais acesso. Também há necessidade de existir um espaço exclusivo para os suplementos alimentares.

“É uma categoria em expansão e com um forte potencial de crescimento para os próximos anos. Os farmacêuticos desempenham um importante papel na orientação do consumidor no ponto de venda. Isso depende do objetivo de cada indivíduo, alguns procuram suprir algumas necessidades na alimentação por meio das vitaminas, e outros procuram uma orientação para ganho de massa, perda de gordura e recuperação muscular”, conta o médico nutrólogo e fundador da Integralmédica, Dr. Euclésio Bragança.

Ele informa que por ser uma categoria em desenvolvimento, hoje não existe um espaço exclusivo para esses produtos. “Muitas marcas estão surgindo e o canal farma precisa se especializar, pois o comportamento do consumidor de vitaminas e suplementos não é o mesmo do consumidor de medicamento”, alerta.

Principais Vitaminas

Vitamina A – Proporciona diversos benefícios ao organismo, já que atua na visão, no crescimento, no desenvolvimento do esqueleto, entre outros. O nutriente também possui função antioxidante e ajuda a prevenir algumas doenças crônicas. O betacaroteno é seu precursor, que se transforma em vitamina A no organismo.
Alimentos que contêm vitamina A: óleo de fígado de peixe, peixes de água salgada, fígado, cenoura crua, manga, mamão, beterraba, entre outros.

Vitaminas do complexo B (B1, B2, B5, B6, B7 ou H, B12, PP ou B3) – Os benefícios das vitaminas do complexo B são muito diversificados. Elas auxiliam, de forma geral, a regular o funcionamento do organismo, equilibrando o consumo energético. Como estão envolvidas nos processos de crescimento celular e na formação de células sanguíneas, deve-se consumi-las regularmente.

Alimentos que contêm vitamina B: banana, carnes, miúdos, como fígado ou rim, vegetais verdes folhosos, cereais e os ovos, batata-doce e abacate.

Vitamina C – Tem função antioxidante que ajuda a combater os radicais livres, reduzindo os sinais de envelhecimento, além de contribuir para a proteção da pele, participando do processo de produção de colágeno. Ela é essencial em todos os aspectos, pois age no bom funcionamento da pele (incluindo crescimento, manutenção e reparo, protegendo-a contra os danos causados pelos radicais livres) e auxilia na produção de colágeno da derme, importante no processo de cicatrização de feridas.

Alimentos que contêm vitamina C: laranja, tangerina, abacaxi, acerola, goiaba e caju. E em verduras, hortaliças e tubérculos, a exemplo de cenoura, pimentão, tomate, alface, mandioca e batata.

Vitamina D –
O nutriente é produzido pelo corpo quando a pele está exposta à luz solar (raios ultravioletas), sendo responsável por 80% a 90% da vitamina que o corpo recebe, porém também pode ser encontrado em alguns alimentos de origem animal. Seus benefícios estão relacionados com a saúde dos ossos e dentes. A falta da vitamina D favorece o risco de raquitismo (anormalidades ósseas) em crianças e osteomalácia (falha na produção óssea, resultando em ossos fracos, sensíveis à pressão, fraqueza nos músculos próximos e frequência de fraturas aumentada) em adultos. Em mulheres na pós-menopausa, a menor absorção de cálcio pode levar à osteoporose.
Alimentos que contêm vitamina D: óleo de fígado de bacalhau, atum, sardinha, salmão, ostras cruas, ovos e alimentos derivados do leite, como manteiga e queijos gordurosos.

Cálcio –
O mineral é um dos mais importantes na boa alimentação e o mais abundante no organismo humano. Além de seu papel na formação dos ossos, é essencial também para a coagulação sanguínea, formação dos dentes, transmissão dos impulsos neurais, ativação de enzimas. A exposição solar estimula a produção de vitamina D pelo organismo, que ajuda a fixar o cálcio nos ossos.

Alimentos que contêm cálcio: hortaliças de folhas verde-escuras, como couve e brócolis, salmão e sardinhas, moluscos e ostras. Outras fontes bastante conhecidas são os leites e derivados, como iogurtes e queijos. E não se pode esquecer do coco e sua água.

Fonte: gerente médica Consumer Care da Bayer HealthCare, Dra. Juliana Machado

Autor: Tassia Rocha

Público feminino

Edição 267 - 2015-02-01 Público feminino

Essa matéria faz parte da Edição 267 da Revista Guia da Farmácia.

Deixe um comentário