Os cuidados necessários na gravidez

Para garantir uma gestação segura, muitos parâmetros são observadods ao longo do pré-natal

Entre eles, está o peso da gestante. Normalmente, o ganho de oito a 12 kg é considerado normal. No entanto, em casos de mulheres que já engravidaram com sobrepeso, o ideal é que não haja ganho desse volume. “Caso contrário, aumenta-se muito o risco de desenvolver diabetes, hipertensão e trombose. E essas doenças levam ao risco de morte para a mãe e o bebê. É muito sério”, ressalta a especialista em Reprodução Humana Assistida, Ginecologista e Obstetrícia.

O excesso de ganho de peso pode ser um fator perigoso mesmo para pessoas com Índice de Massa Corporal (IMC) adequada, mas com propensão genética a desenvolver diabetes. A doença é séria, mas ganha proporções ainda mais graves quando se instala durante a gestação.

“A paciente que já engravida sendo diabética, tem mais riscos de ter um bebê com má-formação. E aquelas que desenvolvem a doença durante a gestação têm risco de que o bebê desenvolva problemas durante e depois da gravidez”, conta a Dra. Adriana.

Isso ocorre porque a glicose elevada no sangue da mãe faz com que o pâncreas do bebê desenvolva mais insulina, substância que estimula o crescimento. O bebê acaba ficando grande para a idade gestacional, mas nasce muito doente.

“Quando ele nasce, deixa de produzir insulina em excesso, aí apresenta queda da glicose pós-natal e corre risco de óbito. Há ainda casos de bebês que nem chegam a nascer”, afirma a Dra. Adriana.

O melhor caminho para evitar todas essas complicações é manter uma boa alimentação durante a gravidez. Isso significa abandonar o mito de que é necessário comer por dois. É preciso seguir uma dieta nutritiva, saudável e variada, assim como é recomendável fora da gestação. Indica-se uma alimentação composta por 50% de carboidratos, 30% proteínas e 20% gordura, sem se esquecer do leite e derivados, por causa do cálcio.

“Sempre lembro às mães que tudo que ela come o bebê vai comer. Se ingerir ‘besteiras’, o bebê também vai ingerir. As mães sabem o que têm de comer. Frutas, verduras, proteínas e carboidratos de qualidade. Comer de tudo, mas na quantidade ideal”, orienta a especialista em Reprodução Humana Assistida, Ginecologista e Obstetrícia.

Além de uma boa alimentação, também é ideal que a gestante pratique atividades físicas. “Se ela já tem esse hábito, pode manter, mas com vigilância e menos intensidade. É possível inclusive fazer musculação, desde que não haja um excesso de carga. A única atividade que não é indicada são os exercícios de impacto, como lutas”, pontua a membro da comissão de Assistência Pré-Natal da Febrasgo, Dra. Juliana Silva Esteves Penha.

Ao longo da gestação, também pode ser indicada a suplementação de vitamina D – além do já citado ácido fólico –, pois a falta desse nutriente pode aumentar a chance de pré-eclâmpsia (complicação da gravidez que se caracteriza por um quadro de hipertensão arterial e perdas de proteínas na urina).

Foto: Shutterstock

Doenças de inverno

Edição 305 - 2018-04-01 Doenças de inverno

Essa matéria faz parte da Edição 305 da Revista Guia da Farmácia.