Quando o corpo e a mente se esgotam

Vida moderna e agitada pode estar levando a população a um enorme cansaço

Quando o cansaço excessivo toma conta do corpo e a mente, a sensação resultante é a falta de energia. A vida moderna e correria fazem com que parte das pessoas se sintam assim. Sintomas mal administrados podem levar ao esgotamento do organismo, que compromete o desempenho e as atividades do dia a dia.

Esse mal que atinge brasileiros de norte a sul do País atrapalha o desempenho no trabalho, nos estudos, durante as atividades físicas e em toda rotina. Conhecida popularmente como fadiga, segundo definição da nutricionista do Hospital 9 de Julho, Erica Fernanda, trata-se do cansaço extremo, esgotamento físico ou mental, causado pelo esforço repetitivo ou trabalho intenso.

Geralmente, o cansaço do corpo e a mente incapacita as pessoas de exercer atividades regulares dentro de um cenário considerado comum, pela ampliação exagerada do esforço físico e mental em desenvolver qualquer atividade. De acordo com a Erica Fernanda, o quadro pode estar relacionado com diversos fatores. Entre eles:

  • Alimentação.
  • Consumo excessivo de álcool.
  • Deficiência de vitaminas.
  • Problemas com peso.
  • Baixo nível de testosterona.
  • Estilo de vida.
  • Distúrbios do sono.
  • Estresse.
  • Depressão.

• Condições médicas (doenças não diagnosticadas).

Contudo, para o psicólogo do Hospital Santa Cruz de Campinas (SP), Gabriel Banzato, é possível ter uma vida saudável, com exercícios físicos e boa alimentação, respeitando os limites do corpo e da mente.

“Essas são as melhores estratégias para a prevenção”, diz, acrescentando que caso já esteja experimentando sintomas de fadiga, vale a busca por um médico e ou psicoterapêutica com o fim de oferecer cuidado aos sintomas emocionais relacionados a este estado.


Fadiga x sono

Outro ponto importante para quem é diagnosticado com fadiga é a insônia. Especialistas explicam que quem dorme mal está propenso a ficar cansado com mais facilidade. Problemas relacionados ao distúrbio do sono, geralmente, levam ao estresse e à depressão.

Segundo o neurologista do Hospital Alemão Oswaldo Cruz, Dr. Roger Taussig, dormir é essencial para repor energias e descansar o corpo e a mente. Afinal, é durante o sono que se dá a síntese de proteína, que “neutraliza” o cansaço do dia, ou seja, não dormir de seis a oito horas por dia pode ser uma ponte até a fadiga.

Não apenas dormir é o segredo. Dormir menos do que o corpo pede é extremamente prejudicial à saúde.

A fórmula da disposição

O uso de vitaminas sintéticas na forma de polivitamínicos pode ser necessário nos casos de fadiga, principalmente naqueles em que é difícil se obter o nutriente pela alimentação. As principais são:
Vitaminas do complexo B: são essenciais para fornecimento de energia celular, por isso, elas precisam ser absorvidas por meio de alimentos ou de suplementos alimentares, que podem ser em cápsulas, gotas ou injetáveis.

Vitamina B12:

Encontrada na carne bovina e laticínios, atua no processo de transformar alimentos em energia. A baixa quantidade deste nutriente faz o corpo apresentar cansaço físico e mental e problemas de imunidade.

Vitamina C:

Diante de quadro de gripe e resfriado, é comum falar em vitamina C, mas ela também é importante para manter os níveis de energia do corpo regulados. A falta desta vitamina pode causar uma doença conhecida como escorbuto, que acarreta cansaço físico e mental, sangramento na gengiva e irritação na pele.

Vitamina D:

Sua falta é causa bem reconhecida de fadiga. Também é responsável por ajudar o organismo a absorver minerais que mantêm os ossos fortes. Oitenta por cento da vitamina D é obtida por meio da exposição solar, os outros 20% são obtidos na alimentação ou suplementação.
Ferro: geralmente recomendado para tratar fadiga em mulheres.

Magnésio:

É importante para a manutenção da saúde dos músculos, ossos e vasos sanguíneos. No combate ao cansaço, ele tem papel fundamental na ativação do trifosfato de adenosina, que é a principal fonte de energia para o corpo.

Fonte: nutricionista especialista em Nutrição Esportiva e Clínica, Juliana Stein

Pesquisas comprovam, por exemplo, que a privação contínua do sono pode causar condições graves de saúde a longo prazo, como o comprometimento do sistema imunológico e o desenvolvimento de doença cardíacas, depressão, diabetes, doença renal e obesidade.

Segundo o Dr. Taussig, com frequência, as pessoas deprimidas ou com Síndrome de Esgotamento estão com uma desregulação do ciclo sono-vigília. “A falta ou o excesso de sono são sintomas bem comuns devido a alterações de hormônios que regulam os ciclos biológicos, como o cortisol, a adrenalina e a melatonina. Existem interações bem conhecidas entre os sistemas neurológico, endocrinológico e imunológico. Os três são entrelaçados e responsáveis pelo equilíbrio orgânico”, conclui.

Foto: Shutterstock

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Edição 327 - 2020-02-02 Líderes inspiradores

Essa matéria faz parte da Edição 327 da Revista Guia da Farmácia.