O verão é uma das estações mais aguardadas pelos brasileiros, marcada por dias ensolarados, passeios ao ar livre e momentos de lazer na praia ou na piscina. No entanto, enquanto desfrutamos das altas temperaturas, nossos cabelos sofrem os impactos da exposição ao Sol, sal e cloro, que podem deixá-los ressecados e sem vida. Por isso, é essencial adotar cuidados específicos para hidratar e recuperar os fios, garantindo que eles continuem saudáveis e bonitos mesmo após a estação mais quente do ano.
A dermatologista membro da Sociedade Brasileira de Dermatologia (SBD) e speaker da Rennova, Dra. Renata Primavera, alerta para os riscos associados à radiação ultravioleta (UV), que pode provocar queimaduras, ressecamento, envelhecimento precoce e até aumentar o risco de câncer de pele.
“A água do mar, devido ao alto teor de sal, e a água da piscina, que contém cloro, também contribuem significativamente para a desidratação da pele e dos fios”, explica a Dra Renata.
Enquanto o sal presente na água do mar retira a umidade das células, deixando a pele e os cabelos ressecados e sem brilho, o cloro encontrado nas piscinas age removendo a oleosidade natural.
“O cloro não apenas desidrata, mas também pode causar irritações na pele e tornar os fios mais ásperos e propensos à quebra”, destaca a dermatologista.
Além disso, os danos podem ser percebidos de forma diferente dependendo da fonte de exposição. “No caso do mar, os cabelos tendem a ficar mais rígidos e a pele mais seca. Já na piscina, os fios podem apresentar alterações na textura e na coloração, especialmente em cabelos tingidos, que podem adquirir um tom esverdeado”, complementa ela.
A dermatologista membro da Sociedade Brasileira de Dermatologia (SBD) Dra. Denise Steiner lembra que o Sol penetra na pele e tem vários tipos de radiações. A radiação UV do tipo A (UVA) persiste durante todo dia. Já a do tipo B (UVB) surge entre as 11h e 14h. “E temos a luz visível e a radiação infravermelha. Todas essas radiações atingem a nossa pele. A radiação UVB é a mais agressiva, danifica o DNA da nossa célula diretamente. É responsável pelo câncer de pele e tem um efeito cumulativo. Então, ao longo do tempo, vai havendo queimaduras, danifica o seu DNA, e mais tarde pode ter lesões pré-cancerosas e também lesões cancerosas, como carcinoma base celular e espino celular, principalmente”, detalha Dra. Denise.
O melanoma, um câncer de pele muito grave, pode também estar relacionado com o Sol, principalmente com queimaduras intensas e esparsas quando a pessoa deixa de usar protetor solar.
Vermelhidão e manchas
Os sinais de que a pele e o cabelo sofreram com a exposição excessiva ao Sol, à praia e à piscina são variados. Na pele, os efeitos incluem vermelhidão, ardência, coceira, descamação, ressecamento e até manchas. Já nos cabelos, os danos aparecem como pontas duplas, fios quebradiços, perda de brilho, textura áspera e alterações na cor.
“Pessoas com alergias ou deficiências na barreira protetora da pele precisam redobrar os cuidados, pois o sal e o cloro podem agravar irritações”, reforça a Dra. Renata.
O melasma, tipo de mancha na pele, tende a piorar com essa exposição excessiva, alerta a Dra. Denise. “No cabelo, os fios queimam e ficam mais porosos e com pontas duplas.”
Para reparar os danos após um dia de Sol intenso, a especialista recomenda adotar uma rotina de cuidados diários. “O primeiro passo é realizar uma limpeza adequada para remover resíduos de protetor solar, sal ou cloro. Depois, aplicar um hidratante com ingredientes calmantes é essencial para restaurar a barreira de proteção da pele”, orienta.
Além disso, a hidratação interna também não pode ser negligenciada. “Beber bastante água é fundamental para repor a hidratação do corpo e manter tanto a pele quanto os cabelos saudáveis”, aponta a Dra. Renata.
“Na praia, usar pelo menos um filtro solar fator proteção 50 e reaplicar a cada duas horas. À medida que se usa o protetor, a pele fica mais hidratada. Importante ainda utilizar um hidratante bem cremoso no rosto e corpo. Durante o verão, a máscara capilar deve ser usada duas vezes por semana”, ensina a Dra. Denise.
Fonte: Guia da Farmacia
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