A pediculose é uma doença causada pela infestação do couro cabeludo pelo piolho. A transmissão ocorre, principalmente, pelo contato direto de pessoa para pessoa, mas também pelo uso compartilhado de objetos, como bonés, escovas de cabelo, prendedores e outros acessórios. O piolho é um inseto minúsculo e, ao contrário do que se pensa, não tem asas nem pula, porém se movimenta com muita rapidez.
Por conta dessas características, as crianças, especialmente as menores, estão no grupo de risco da pediculose justamente pelo contato próximo por longos períodos na escola, brincando juntas e trocando objetos. O problema preocupa os pais na volta às aulas.
“É muito comum a ocorrência de vários casos em uma creche ou colégio em que um aluno vai para a aula com esta infestação, sendo importante o estabelecimento avisar caso ocorra algum caso para os pais tomarem as medidas de avaliação e procurar ajuda em caso de infestação”, diz o presidente do Departamento Científico de Dermatologia da Sociedade Brasileira de Pediatria (SBP), Dr. Jandrei Markus.
É um mito achar que a doença está relacionada à falta de higiene: qualquer pessoa pode pegar piolho. Existem várias espécies deste parasita que pode viver em diferentes partes do corpo humano. Os piolhos que afetam a nossa cabeça se alimentam de sangue e colocam seus ovos, as lêndeas, próximo à raiz do cabelo. As lêndeas são visualizadas como pontos brancos grudados nos fios.
O principal sintoma da pediculose é a coceira intensa no couro cabeludo, que pode até causar feridas. “Algumas vezes, observamos áreas de irritação na região occipital, que é o local onde mais se encontra o piolho adulto e, de preferência, para a sua alimentação. O diagnóstico da doença é feito principalmente pela localização de lêndeas, sendo incomum visualizar o piolho adulto sem o uso de pentes finos”, explica o Dr. Markus.
Como medida de prevenção, vale examinar a cabeça da criança com frequência à procura do parasita. O Dr. Markus também recomenda: “Manter os cabelos presos o maior tempo possível enquanto estiver na escola, além de evitar o compartilhamento de utensílios, como bonés e escovas”.
Ao encontrar piolhos ou lêndeas, é preciso usar o pente fino para retirá-los. Além disso, segundo o Dr. Markus, o tratamento pode ser feito com várias medicações, sendo algumas de uso oral.
“Porém recomenda-se o auxílio de um médico para orientar a melhor conduta”, afirma. É importante que todas as pessoas que convivam com crianças com pediculose também examinem a cabeça e passem o pente fino nos cabelos para evitar a transmissão.
Fonte: Guia da Farmacia
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