TPM atinge cerca de 80% das mulheres

O problema pode gerar diversos transtornos físicos e emocionais, interferindo no bem-estar. Saiba mais!

Depressão, irritabilidade, agressividade, instabilidade emocional, ansiedade, excesso de apetite, dificuldade de concentração, sonolência, cansaço, dor de cabeça, acne, aumento de peso, sensibilidade das mamas, inchaço… Entre um ciclo menstrual e outro, são muitas as mulheres que podem sofrer alguns desses sintomas exacerbados e, para todos eles, a causa é única: Tensão Pré-Menstrual (TPM). É um problema que pode afetar cerca de 80% das brasileiras, segundo indica a Federação Brasileira das Associações de Ginecologia e Obstetrícia (Febrasgo).

“Também conhecida por Síndrome Pré-Menstrual, suas causas estão relacionadas com alterações hormonais durante o período menstrual, interferindo no Sistema Nervoso Central (SNC)”, explica o ginecologista do Hospital do Coração (HCor), Dr. Francis Helber.

O fato é que esses sintomas, de natureza emocional e/ou física, interferem no bem-estar da mulher que, em muitos casos, fica significantemente comprometido. Algumas, inclusive, podem ter a rotina pessoal prejudicada, o que é um resultado do estresse ou de desentendimentos causados pela variação do humor.

“A TPM pode ocasionar uma depreciação da autoimagem da mulher, afetando toda a rotina familiar e o ambiente de trabalho”, constata o ginecologista do Hospital Santa Catarina (SP), Dr. Flávio Tanesi.

Entenda a tpm

MENSTRUAÇÃO DITA AS REGRAS:

Geralmente, numa média de sete dias antes da menstruação, podem aparecer os sintomas da Tensão Pré-Menstrual (TPM), que podem melhorar, sensivelmente, com o início do ciclo menstrual e desaparecer em até dois dias.

O QUE PODE ALIVIAR:

Existem resultados (não cientificamente comprovados) mostrando que vitamina B6 (piridoxina), vitamina E, cálcio, magnésio e ácido gama linoleico podem ser usados na melhora dos sintomas. Alguns exemplos de alimentos são: iogurte desnatado (cálcio), feijão (magnésio), arroz integral (vitamina B6).

O QUE PODE PIORAR:

Alguns alimentos podem exacerbar os sintomas, como aqueles que retêm líquidos por alto teor de sódio (refrigerantes diet e enlatados), ou os gordurosos que provocam inflamação crônica, aumentado a dor e irritabilidade (carne vermelha e frituras). Alimentos com cafeína (chá e café) e chocolates, se ingeridos em excesso, podem aumentar a irritabilidade emocional e trazer piora da insônia.

ATIVIDADE FÍSICA É ALIADA:

Mudanças no estilo vida, como a prática de exercícios físicos, ajudam a aliviar os sintomas por ação dos receptores opioides, beta-endorfínicos e flavonoides neuroativos. Os exercícios também aumentam o metabolismo e melhoram a circulação sanguínea, ajudando a reduzir o edema (inchaço) durante esse período, diminuindo também a ansiedade e melhorando a qualidade do sono.

Fontes: ginecologista do Hospital do Coração (HCor), Dr. Francis Helber; e ginecologista do Hospital Santa Catarina (SP), Dr. Flávio Tanesi

O especialista do HCor acrescenta, ainda, que todas as dificuldades ocasionadas pelos sintomas também podem culminar numa sensação de frustração e impotência diante do quadro, agravando doenças pré-existentes, como ansiedade, depressão e obesidade.

“As mulheres mais suscetíveis à variação hormonal, vivendo sob alto estresse, têm mais chances de desenvolver TPM. Além disso, o ambiente de convívio diário também pode influenciar no aparecimento dos sintomas”, destaca.

Em relação à faixa etária que a TPM costuma ser mais ou menos prevalente, os especialistas acreditam que ela tende a ser bastante variável e individualizada, embora os sintomas predominem na fase adulta.

“Existem evidências de que tanto a frequência quanto a intensidade dos sintomas aumentam com a idade, principalmente acima dos trinta anos”, analisa o Dr. Helber.

Existem soluções

Os tratamentos para TPM devem ser individualizados e direcionados aos sintomas ou ao ciclo menstrual, segundo explica o Dr. Helber.

“O uso de antidepressivos para melhora das alterações de humor tem bons resultados. A administração de anticoncepcionais também é uma alternativa, já que essas alterações e interações hormonais são decorrentes do processo de ovulação”, sinaliza.

O Dr. Tanesi mostra mais algumas alternativas. “Além dos contraceptivos, existem vários tratamentos, como com: vitamina B6, cálcio e magnésio, ansiolíticos e fitoterápicos”, enumera.

Foto: Shutterstock

Polêmica nos fármacos

Edição 306 - 2018-05-01 Polêmica nos fármacos

Essa matéria faz parte da Edição 306 da Revista Guia da Farmácia.