A tosse pode ter diferentes causas. Geralmente, ela é uma reação do corpo para limpar as vias aéreas de muco, agentes irritantes ou alérgenos, como poeira, fumaça, mofo e poluentes.
Além de gripes e resfriados, ela também pode estar associada a asma, bronquite, rinite, pneumonia ou refluxo. Em boa parte dos casos, o sintoma isolado não é motivo de preocupação.
Existem alguns tipos diferentes de tosse, com características que nos ajudam na investigação da sua causa1.
A tosse pode ser seca ou com expectoração; se tiver expectoração, esta pode ser clara, purulenta ou até mesmo sanguinolenta; pode ser aguda, quando dura menos de três semanas, subaguda, quando dura entre três e oito semanas, ou crônica, quando dura mais de oito semanas. A tosse pode vir acompanhada de febre, perda de peso, falta de ar, rouquidão, constipação nasal, dor no peito, etc1.
A médica e diretora técnica da Unidade de Pronto Atendimento (UPA) 24h Zona Leste, Dra. Gisele Abud, alerta que quando a tosse persiste por semanas ou meses, é preciso investigar a causa.
“Isolada, a tosse não apresenta riscos à saúde. Porém, quando acompanhada de dor no peito, chiado, falta de ar, cansaço, edema ou inchaço dos membros inferiores, há indícios de que o sintoma é decorrente de um problema cardíaco”, alerta a profissional.
Como diferenciar infecções virais e bacterianas
Com a chegada de períodos mais frios, o número de pessoas com queixas respiratórias e dor de garganta aumenta em todos os hospitais e UPAs em saúde. A grande dúvida dos pacientes é sobre o significado dos sintomas e quais as principais medidas que devem ser tomadas em cada caso.
A médica otorrinolaringologista do Hospital São Marcelino Champagnat, em Curitiba (PR), Dra. Gabriela Moraes, esclarece as principais diferenças.
“A maioria dos casos de dor de garganta é causada por infecções, sejam virais ou bacterianas. Quando a infecção é causada por vírus, a dor de garganta é acompanhada por sintomas nasossinusais, como obstrução nasal, coriza, espirros e tosse, podendo ou não apresentar febre. Já as infecções bacterianas normalmente apresentam apenas a dor de garganta e febre como sintomas.”
Por ser um sintoma comum e que muitas vezes não representa risco maior à saúde, a dor de garganta pode ser amenizada com o uso de analgésicos simples ou mesmo de anti-inflamatórios que já tenham sido utilizados pelo paciente, com prazo máximo de três dias para controle da dor.
É importante reforçar que infecções virais não possuem medicamentos específicos. “Fazemos tratamento dos sintomas, exceto casos em que a infecção viral é causada por influenza. Algumas populações, como crianças pequenas ou idosos, têm indicação de uso de Tamiflu, mas só para casos de influenza, pois não há eficácia para outros tipos de infecção viral. Em geral, tratamos sintomas ou complicações dessas infecções”, pontua a médica, acrescentando que os antibióticos só são indicados em caso de infecção bacteriana – e sempre com prescrição médica.
Fonte: Guia da Farmacia
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