Levantamento mostra a influência do coronavírus na vida pessoal e profissional de jovens brasileiros entre 15 e 24 anos
Jovens e adolescentes estão com mais medo de terem complicações do contraírem a Covid-19 do que no ano passado estado de São Paulo.
É o que aponta um levantamento realizado pela Ensino Social Profissionalizante (Espro).
A pesquisa mostra que 89% dos entrevistados têm preocupação alta ou muito alta de ficar doentes.
Em abril de 2020, por exemplo, data em que foi realizada a primeira pesquisa, o índice era de 83%, e de 82% em novembro do ano passado, quando foi feita, então, a segunda etapa do levantamento.
O temor dos jovens cresceu à medida que o perfil das vítimas fatais de Covid-19 deixou, então, de ser prioritariamente de idosos.
Levantamento
De acordo com a pesquisa, 81,3% dos entrevistados relataram medo de morrer, ante 70,3% em abril de 2020 e 75% em novembro.
Entre os entrevistados, a preocupação que amigos e familiares sejam infectados pela Covid-19 é de 96,1%.
Na primeira etapa da pesquisa, 92,5% relataram esse medo e 94,6% na segunda fase.
Quando questionados se tinham medo que um familiar morresse com o novo coronavírus, 95,72% dos entrevistados disseram que sim, contra 90,71% em abril do ano passado e 94,5% em novembro.
A pesquisa Jovem Covid-19 é um levantamento sobre a influência da pandemia na vida pessoal e profissional de brasileiros entre 15 e 24 anos.
A saber, foram entrevistados 1.710 pessoas somente no estado de São Paulo em abril deste ano.
Ao todo, foram realizadas 17.422 entrevistas em 18 estados e no Distrito Federal.
Medo de cotrair Covid-19 entre os jovens faz o isolamento crescer
O número de jovens que diziam sair de casa mesmo para fazer coisas não essenciais despencou no estado de São Paulo, de 23,28% na etapa anterior da pesquisa (novembro de 2020) para 6% em março de 2021.
O índice dos que alegavam não tomar nenhuma medida de isolamento também diminuiu de 7% para 1% no mesmo período.
Dessa maneira, aumentou também o número de jovens que dizem que não recebem mais visitas em casa: 59,86% (ante 40,13% em novembro).
Já os índices de outras das principais medidas de prevenção, como por exemplo lavar as mãos, usar álcool em gel e utilizar máscara, têm se mantido estáveis, em patamar acima dos 90%.
“A pesquisa revela que os adolescentes e jovens paulistas, estão mais conscientes sobre o isolamento e praticando medidas de distanciamento social. Houve queda drástica de jovens que dizem não tomar nenhuma medida de isolamento. Outro índice que mostra esse movimento: se em novembro de 2020 23% diziam sair de casa mesmo para fazer coisas não essenciais, agora o percentual é de 6%”, disse Saade.
Sentimentos em relação a Covid-19
Os jovens e adolescentes também expressaram, portanto, os sentimentos mais comuns durante a pandemia e dizem que estão tomando mais cuidados para evitar a contaminação pela doença.
Veja:
- estou “mais cuidadoso do que o normal”: (83%)
- “mais preocupado”: (79%)
- “mais triste”: (76%)
- “mais pensativo”:(93%)
- “mais ansioso” (91%).
Economia
O medo de perder o emprego ou a fonte de renda dos jovens durante a pandemia continua alto e chega, portanto, em 89,6%. Esse é o mesmo índice de novembro do ano passado.
Em abril de 2020, por exemplo, o índice era de 87,8%.
Os impactos da pandemia na economia também aflige 92,3% dos entrevistados que dizem estar preocupados ou muito preocupados. Em novembro de 2020, a taxa era de 88,8% e de 82,01% em abril de 2020.
Então, a queda de renda é também outra preocupação, sendo que 6% dos jovens relataram terem tido diminuição dos ganhos ou teve diminuição no salário de alguém que reside junto e divide as contas.
Outros 7% disseram ter perdido o emprego ou conhecerem alguém que perdeu neste período.
O recorte também mostra que jovens socialmente vulneráveis correm maior risco de queda de renda com a Covid-19.
Já o percentual de jovens com renda de até um salário mínimo que tiveram queda de renda própria ou em casa foi de 9,4%. Já os que recebem acima de cinco salários mínimos foi de 1,1%.
No entanto, apenas 28% dos jovens paulistas dizem que fazem home office integra.
Já 39% ainda trabalham integralmente na empresa.
“Quanto menor a renda do jovem paulista, menos ele trabalha em home office integral. Para jovens com renda familiar até um salário mínimo, o índice é de 20,5%; já para jovens com renda familiar acima de cinco salários mínimos, o percentual é de 46,7%. O contrário é verdadeiro: 40% dos jovens com renda familiar de até um salário mínimo continuam indo normalmente até a empresa, ante 26,1% dos com renda familiar acima de cinco salários mínimos”, explica Saade.
Fonte: G1
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