O mercado farmacêutico deve crescer 12,1% este ano e 10,6% em 2026, com leve desaceleração até 2029 (9,4%, 8,4% e 7,9%). Estas estimativas foram apresentadas por Sidney Clark, da consultoria IQVIA, no Fórum Expectativas, realizado pelo Sindusfarma na quarta-feira (25) no auditório da nova sede da entidade.
O Brasil pode estar entrando num ciclo favorável para os investimentos, após 15 anos de relativa paralisia, com poucas IPOs (ofertas públicas iniciais de ações na bolsa de valores). Esta mensagem otimista foi transmitida por Felipe Miranda, CEO da Empiricus Research e sócio do banco BTG Pactual.
Previsão otimista
Em sintonia com essas análises, a indústria farmacêutica acredita que tanto a economia brasileira quanto o mercado farmacêutico vão crescer no próximo ano, de acordo com a tradicional enquete feita pela Central de Pesquisas Sindusfarma com as empresas associadas.
O crescimento previsto pelas empresas nas vendas de medicamentos para o varejo é de 9,9% este ano e 9,4% no próximo ano, em valores. No mercado “Non Retail”, as empresas estimam que as vendas vão crescer 11,7% este ano e 10,3% no próximo, apurou a pesquisa apresentada por Fábio Moreira, coordenador da área de Inteligência e Business Support do Sindusfarma.
Envelhecimento da população
Sidney Clark destacou que o rápido envelhecimento da população brasileira vai impulsionar o mercado farmacêutico nas próximas décadas – hoje são 24,7 milhões de pessoas com 65 anos de idade ou mais; em 2050, serão 50 milhões. “A demanda por serviços [de saúde]e medicamentos vai explodir”, disse Sidney Clark. “O grande desafio é como vai se financiar isso”.
Felipe Miranda comentou a nova ordem econômica e geopolítica global, afirmando que este cenário tende a fazer com que os investimentos sejam redirecionados dos Estados Unidos para o resto do mundo, o que pode beneficiar o Brasil.
Ciclo econômico favorável
Paralelamente, Miranda disse que o mercado local acredita que um novo ciclo econômico favorável está em vias de se instaurar, com queda dos juros e a valorização dos ativos brasileiros. E concluiu citando o ciclo histórico de valorização do Índice Bovespa de 1960 a 2020, que cresceu 27 vezes. “Mesmo num cenário muito preocupante e complexo [mesmo com as incertezas], acho que é o momento de se apostar no Brasil”.
O encontro foi aberto pelo presidente executivo do Sindusfarma, Nelson Mussolini. “Esse evento a gente faz anualmente – esta é a 10ª edição – e é uma preparação para os senhores e as senhoras que vão apresentar os orçamentos para os acionistas aqui no Brasil ou para as casas matrizes. Procuramos dar um overview do que está acontecendo e a previsão do que pode acontecer”.
Oportunidades
Segundo Clark, as duas grandes oportunidades de expansão do mercado farmacêutico se relacionam com as várias patentes de medicamentos que estão em vias de expirar e o aumento das compras centralizadas pelo governo federal.
O Brasil conta atualmente com mais de 93 mil farmácias, 11 mil das quais (47,3%) pertencem às grandes redes, informou o diretor da IQVIA. As vendas on-line continuam crescendo e já detêm 18,7% de participação no mercado.
Fonte: Sindusfarma
Foto: Shutterstock
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