Notificação foi feita pelo Instituto Butantan, em São Paulo
O Ministério da Saúde (MS) confirmou nesta quinta-feira (7) o primeiro caso de Covid-19 no Brasil provocado pela ômicron XE, recombinação das sublinhagens BA.1 e BA.2 da variante do coronavírus.
A informação, de acordo com a pasta, foi notificada pelo Instituto Butantan, de São Paulo.
Uma recombinação ocorre quando um indivíduo é infectado com duas ou mais variantes ao mesmo tempo, resultando, então, em uma mistura de seu material genético dentro do corpo do paciente.
“A recombinação é um fenômeno natural descrito em diferentes vírus como um mecanismo de mutação para trocar material genômico. Isso pode ocorrer quando dois vírus da mesma espécie, mas geneticamente diferentes, infectam a mesma célula no mesmo indivíduo”, explica o médico da Organização Pan-Americana da Saúde (OPAS), Sylvain Aldighieri.
A saber, a XE é uma mistura das duas sublinhagens da ômicron: BA.1 e BA.2.
De acordo com a Agência de Segurança da Saúde do Reino Unido (UKHSA, na sigla em inglês), mais de 600 casos foram confirmados até agora no país e ela aparenta ser 9,8% mais transmissível do que a BA.2.
A infectologista do Hospital Sírio-Libanês e consultora técnica do MS, Carla Kobayashi, ressaltou também que não há dados suficientes que confirmem essa maior gravidade.
E também fez um alerta de que a OMS deixou bem explícito que a XE mantém características da ômicron.
Já o MS do Brasil disse que “mantém o constante monitoramento do cenário epidemiológico da Covid-19”.
E reforçou “a importância do esquema vacinal completo para garantir a máxima proteção contra o vírus”.
Até o momento, menos da metade (49,39%) dos brasileiros adultos receberam a dose de reforço.
XF e XD
No final de março, o órgão inglês informou que estava monitorando, além da XE, então, outras duas formas “recombinantes” do coronavírus: XF e XD.
A XF é uma combinação de delta e ômicron BA.1. No Reino Unido, até 29 de março, 38 haviam sido identificados, embora nenhum tenha sido detectado desde meados de fevereiro.
De acordo então com a agência, não há evidências, portanto, de transmissão comunitária no Reino Unido.
Assim como a XF, a XD também mistura delta e BA.1.
Ela não foi identificada no Reino Unido, no entanto, os cientistas seguem observando.
Já que 49 casos foram relatados em bancos de dados globais, a maioria, então, na França.
Nota do MS
O Ministério da Saúde informa que foi notificado nesta quarta-feira (6), pelo Instituto Butantan, da confirmação do primeiro caso da variante XE (recombinante das sublinhagens BA.1 e BA.2 da Ômicron) no Brasil.
A pasta mantém o constante monitoramento do cenário epidemiológico da Covid-19 e reforça a importância do esquema vacinal completo para garantir a máxima proteção contra o vírus e evitar o avanço de novas variantes no país.