O segmento farmacêutico está diversificando seu portfólio para continuar em crescimento. Os laboratórios apostam, por exemplo, em Medicamentos Isentos de Prescrição (MIPs) e genéricos em um momento de retração do consumo e volatilidade cambial.
“Estamos diversificando para crescer. Entramos no mercado de genéricos e estamos indo bem, dentro das dificuldades do cenário”, afirma o vice-presidente comercial da Biolab, Carlos Capelli. No primeiro semestre do ano, a companhia adquiriu a operação da Actavis Brasil, que pertencia à Teva. “Nossa perspectiva é crescer 11% em 2018. E esse desempenho está mais ligado ao produto popular”, conta Capelli.
De acordo com o executivo, a atual instabilidade cambial é uma preocupação do setor, que importa a maior parte de sua matéria-prima. “Temos a vantagem de trabalhar com câmbio futuro, mas não sabemos até quando isso vai permitir manter a estabilidade. É difícil produzir matéria-prima no Brasil, mais de 90% é importado.”
Segundo dados da Associação Brasileira de Redes de Farmácias e Drogarias (Abrafarma), a venda de medicamentos cresceu 8,08% no primeiro semestre de 2018 em comparação ao mesmo período do ano anterior.
O principal segmento é o de MIPs, com 15,42% de crescimento. “Esperávamos um crescimento melhor, há uma crise de confiança no Brasil e o consumidor está retraído”, declarou o presidente executivo da Abrafarma, Sergio Mena Barreto.
O presidente da Cimed, João Adibe, afirma que o laboratório cresce acima do mercado, também apostando em MIPs e genéricos. “A expectativa é um pouco maior do que ano passado, de chegar a 30% de crescimento. Até aqui, o objetivo foi cumprido.”
O mesmo acontece com o grupo NC que deverá fechar o ano com crescimento de 15%, após investimento em Pesquisa & Desenvolvimento (P&D), além de se aproximar das redes de farmácias.
Porém, o vice-presidente do grupo, Marcus Sanchez, demonstra preocupação com a valorização do dólar e a carga tributária do setor. “A moeda influencia, está diretamente ligada ao custo do produto. Também é negativo ver encargos elevados para um bem de primeira necessidade, é preciso olhar para o setor da saúde e fazer algo a respeito.”
Fonte: DCI
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