Mitos e verdades da Covid-19 em bebês e crianças

O infectologista do Sabará Hospital Infantil, Dr. Francisco Ivanildo Oliveira, fala sobre os mitos e verdade sobre a Covid-19 em crianças e bebês

O Sabará Hospital Infantil, especializado no atendimento pediátrico, identificou um aumento no número de crianças com sintomas da Covid-19 e fala sobre os mitos verdades sobre o vírus nas crianças .

Esse aumento se deu, também, com a flexibilização na quarentena no Estado de São Paulo, onde todos os hospitais alertaram para o aumento do número de pessoas contaminadas pelo Coronavírus. 

“Em relação aos testes para SARS-CoV-2, entre os exames coletados durante outubro, tivemos 53 amostras positivas, enquanto em novembro foram 101, o que representa um aumento de 90%”, de acordo com o gerente médico e infectologista Dr. Francisco Ivanildo Oliveira. No entanto, não é motivo de alarde geral, mas sim de reforçar, sobretudo, a necessidade de adoção das medidas de prevenção desta doença entre crianças e adultos.

É importante evitar contatos desnecessários neste momento, como por exemplo, participação em festas e eventos nos quais tomem parte pessoas que não fazem parte da sua bolha social.

Mitos e verdades sobre a Covid-19 em crianças

O Dr. Francisco Ivanildo Oliveira esclareceu alguns mitos e verdades sobre a doença em crianças. Acompanhe:

1. Bebês podem ser contaminados com o vírus

Verdade. O Sars-Cov-2 pode contaminar qualquer pessoa, de qualquer idade, inclusive bebês, no entanto, sua incidência é menor. Os casos confirmados em crianças até 9 anos, representam apenas 2,5% do total de casos notificados no estado de São Paulo.

2. Crianças podem ter os mesmos sintomas que os adultos infectados pelo Coronavírus

Verdade. Os sintomas mais comuns em todas as idades são tosse, febre, dor no corpo, dor de garganta e coriza.  Contudo, nem todos os adultos sentem exatamente os mesmos sintomas e com crianças não é diferente.

Nas crianças também podem aparecer irritabilidade, dificuldade de dormir, cansaço, bem como perda do apetite e obstrução nasal. Assim, caso a criança sinta um desses sintomas, procure um especialista.

3. É perigoso colocar máscaras em crianças

Mito. Desde que seja seguida a orientação de uso de máscara para cada idade, não é perigoso o uso de máscara em crianças. Além disso, vale lembrar também que para bebês e crianças menores de dois anos não se recomenda o uso da máscara.

O mesmo vale, portanto, para crianças com necessidades especiais, que fiquem muito angustiadas com o uso da máscara ou quando o seu uso representa risco. Entretanto, acima dessa idade, sim, elas devem usar máscaras como forma de proteção.

4. Um hospital exclusivamente pediátrico é mais seguro para as crianças

Verdade. Como a incidência de Covid-19 em crianças é muito inferior à incidência em adultos, por isso, ter um local que atenda somente crianças tem menos risco que outras Instituições nas quais crianças circulam entre adultos doentes.

5. A Síndrome Inflamatória Multissistêmica Pediátrica (SIM-P) que acomete algumas crianças infectadas pelo SARS CoV-2 pode ser considerada grave

Verdade. Isso porque crianças e adolescentes que estejam na faixa etária entre zero e 19 anos podem apresentar rápida progressão para formas graves da doença. Contudo, é uma condição relativamente infrequente e ainda não sabemos quais são os fatores de risco associados à evolução para esta forma de doença.

6. As crianças têm baixa capacidade em transmitir o vírus

Mito. Não é a idade que modifica a forma de transmissão, mas sim, a carga viral em si. Por isso, é importante manter os cuidados com a higienização das mãos com água e sabão ou álcool em gel, o distanciamento social e, por fim, uso de máscara.  

7. Por uma questão de segurança, as crianças devem parar de tomar vacina durante a pandemia

Mito. Contudo, é importante que os pais mantenham a carteira de vacinação das crianças e adolescentes atualizada. Assim, a chave para diminuir a propagação do Covid-19 é, portanto, o distanciamento social, limitando ao máximo o contato com outras pessoas.

Se forem brincar em espaços públicos, por exemplo, as crianças devem, dessa maneira, manter distanciamento de cerca de dois metros umas das outras e evitar contato físico como apertos de mãos, abraços e beijos.

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Fonte: Sabará Hospital Infantil 

Foto: Shutterstock

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