Molnupiravir é o primeiro remédio oral desenvolvido para uso nos sintomas iniciais da infecção pelo coronavírus
A farmacêutica MSD apresentou à Agência Nacional de Vigilância Sanitária(Anvisa), hoje (26), pedido de uso emergencial do antiviral contra Covid-19 molunupiravir.
A Anvisa é a quinta agência reguladora no mundo a receber a solicitação.
“Isso mostra claramente o compromisso da MSD com o Brasil e reforça a relevância do país para a companhia”, diz a farmacêutica em nota.
A saber, a droga atua prevenindo a replicação viral do SARS-CoV-2 e protege, inclusive, contra variantes como a Delta, Gama e Mu.
“As vacinas continuam sendo essenciais no controle da Covid-19 e a disponibilização de tratamentos antivirais será uma forte aliada no combate à pandemia para reduzir as complicações pela doença”, afirma o presidente da MSD no Brasil, Hugo Nisenbom.
No entanto, até o momento, a Anvisa ainda não se pronunciou sobre o prazo da análise do medicamento.
Em estudos, o molnupiravir conseguiu reduzir significativamente o risco de internações e também mortes por Covid-19.
Administração
O tratamento com o molnupiravir, cujo nome comercial é Lagevrio, deve ser iniciado em até cinco dias após o começo dos sintomas.
As cápsulas são tomadas duas vezes ao dia durante cinco dias.
No Reino Unido, primeiro a aprovar o molnupiravir, o antiviral está restrito a pacientes infectados que apresentem quadro leve ou moderado.
E que também tenham pelo menos um fator de risco para desenvolver doença grave.
Valor
A MSD anunciou, no fim de outubro, que não irá cobrar taxa de patente para 105 países, o que vai, portanto, baratear a produção global do medicamento.
No Brasil, por exemplo, a Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz) conduz os estudos de fase três do antiviral, que acontecem desde o começo de outubro, simultaneamente, em sete centros no Brasil.
A coordenação é dos pesquisadores Julio Croda e Margareth Dalcolmo.
Negociação da pílula da MSD ao Brasil
A fundação e o laboratório negociam para que o molnupiravir seja produzido aqui.
No entanto, caso o acordo seja bem-sucedido, a ideia é fabricá-lo em Farmanguinhos, no Rio de Janeiro, para uso no Sistema Único de Saúde (SUS).
O aval da Anvisa é o primeiro passo para que o remédio possa, então, ser amplamente utilizado no país.
Uma vez aprovado, a distribuição no SUS deve ser decidida pela Comissão Nacional de Incorporação de Tecnologias (Conitec).
Fonte: R7
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