Não é obrigatório vacinar toda a população para conter a Covid, diz Saúde

Técnicos estão identificando os grupos prioritários da população que serão vacinados contra a Covid-19. Os mesmos critérios da Influenza poderão ser seguidos

O secretário executivo do Ministério da Saúde, Élcio Franco, disse em entrevista coletiva no dia 9 de outubro que não há obrigatoriedade de se vacinar toda a população brasileira para conter a Covid-19.

Para se conter uma doença, não é obrigatório que se haja a vacinação de 100% da população. Cito como exemplo a vacina de Influenza, quando adquirimos anualmente 90 milhões de doses e realizamos a cobertura vacinal dos grupos de risco. Esses grupos, para a vacina da Covid-19, estão sendo definidos por uma câmara técnica, com a comunidade científica, com os técnicos, que estão identificando os grupos prioritários que serão vacinados. Dessa forma, estaremos oferecendo segurança para a população, a vacina é para todos. Todos os estados brasileiros, o Distrito Federal e vai chegar a todos os nossos municípios”, afirmou.

Ele ainda destacou que a vacina será disponibilizada no Programa Nacional de Imunizações dentro dos princípios que regem o Sistema Único de Saúde (SUS): integralidade, equidade e universalidade.

O secretário também falou que a pasta está em contato com vários desenvolvedores de possíveis vacinas para ter acesso ao primeiro imunizante disponível.

“Permanecemos em contatos bilaterais não só com o Instituto Butantan, como também com outros institutos nacionais que buscam parcerias com laboratórios internacionais. Buscamos abrir, assim, oportunidades para termos acesso quanto antes a uma vacina segura e eficaz“, explicou

Franco disse também que a vacina que ficar pronta primeiro com certeza será uma opção para adquirirmos, contratualizarmos, de acordo com a legislação brasileira

E reforçou, no entanto, que a aprovação de qualquer uma das vacinas depende da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa).

Plano B do governador de São Paulo

No dia 9 de outubro, o governador de São Paulo, João Doria, disse que tem um “plano B” para a disponibilização nacional de doses da Coronavac; caso não receba aporte financeiro do Ministério da Saúde para a distribuição do imunizante.

Visto que já está em fase de testes em voluntários e é uma parceria do Instituto Butantan com a chinesa Sinovac.

Doria confirmou, também, que tem recebido a visita de deputados, senadores e governadores de outros estados, que já estariam interessados em adquirir a vacina.

Ele afirmou, ainda, que terá uma reunião “definitiva” com representantes do Ministério da Saúde para decidir se a pasta irá adquirir ou não as doses da vacina e a subsequente distribuição pelo SUS.

140 milhões de doses da vacina para a população contra a Covid-19

No dia 8 de outubro, o Ministério da Saúde anunciou que o País deverá contar com 140 milhões de doses da vacina contra a Covid-19 até o primeiro semestre do ano que vem.

Por meio do programa Covax Facility, da Organização Mundial da Saúde, serão recebidas cerca de 40 milhões de doses para 10% da população.

O que equivale, assim, a cerca de 20 milhões de pessoas, em caso de vacinas que necessitem de duas doses.

As outras 100 milhões virão do acordo com o laboratório AstraZeneca que desenvolve o imunizante em parceria com a Universidade de Oxford.

O governo federal reforçou, contudo, que a previsão de começar a imunizar a população continua para o primeiro trimestre de 2021considerando, os prognósticos, acompanhamento e escala produtiva que está se desenhando.

Mas lembrou que “existe uma possibilidade de atraso”.

O plano de estratégia de vacinação está, contudo, em estudo e deve, dessa maneira, ser divulgado entre novembro e dezembro.

Fonte: Exame

Foto: Shutterstock

Deixe um comentário