A pandemia do novo coronavírus, a Covid-19, vem obrigando todos os setores do varejo a repensar seus objetivos e planos de negócios. Isso também vale para as diferentes categorias do varejo farmacêutico, como é o caso dos produtos de marcas próprias. Para discutir o tema, a Associação Brasileira de Marcas Próprias e Terceirização (Abmapro) organizou uma webinar ontem (26/05) e contou com a participação de especialistas no tema.
“A Nielsen mostra um crescimento nas vendas do canal farma de 5,5% a 6% de abril de 2019 a março de 2020, devido ao crescimento de 15,4% na cesta e ao crescimento de 20,9% nas marcas próprias – que também se destacaram no autosserviço”, pontuou a presidente da Abmapro, Neide Montesano.
Contudo, é preciso analisar os planos anteriores, o cenário atual e o cenário pós pandemia. “Em 2019 já estávamos pensando em dois ou três anos para frente, analisando questões como em quais categorias entraríamos, por exemplo; com a marca própria sempre caminhando junto com o crescimento da empresa. Eu não acho que tenhamos que mudar o que planejamos em 2019, mas com a pandemia, surgiram coisas novas, então, o que nos planejamos continua, mas acredito que tenhamos que ser resilientes e nos adaptar as mudanças”, ressaltou a diretora de marcas próprias do grupo Raia Drogasil, Luciana Tortorelli.
Covid-19: impulsionamento das marcas próprias
De acordo com ela, a sustentabilidade já era um tema de muita importância antes e aumentou com a Covid-19. “Uma atenção muito grande que nos demos em 2019 e continuamos dando este ano é para a sustentabilidade. Isso vem muito forte, principalmente agora com a Covid-19. Temos que acelerar as marcas próprias para entregar produtos cada vez mais sustentáveis, com a economia circular. Não é fácil definir agora o que será uma tendência de consumo porque com a pandemia, tudo é imediatista, mas temos equipes trabalhando em projetos de desenvolvimento imediatos e outros para as próximas tendências. Uma hora a pandemia vai passar e temos que estar preparados, sabendo o que queremos fazer com as marcas próprias. Então é importante já estarmos olhando hoje para isso”, complementou Luciana.
Durante a conversa, Neide destacou a agilidade das mudanças durante a pandemia. “Neste momento vemos muitas mudanças, inclusive sobre questões que já estavam nos planos para acontecer em cinco ou dez anos, acontecendo em três ou cinco meses”, destacou. Isso obrigou todos os ramos do varejo a se adaptarem, criando um cenário ainda mais favorável para as marcas próprias.
“A marca própria não é apenas um produto que você coloca a sua marca. Fazer uma marca própria significa entender a cadeia de valor, participar do processo industrial e da formulação; começar a entender como são os procedimentos industriais para a criação daquele produto; como é a concepção da embalagem. Desse modo, participar da cadeia de integração como um todo é o principal atributo para você garantir um produto de maior qualidade, que se adeque mais ao seu consumidor. Só participando de toda a cadeia para entender tudo isso”, explicou o presidente do supermercado DIA, Marcelo Maia.
Para ler mais sobre o assunto, acesse: Infinitas oportunidades: marcas próprias nas farmácias
Fonte: Guia da Farmácia
Foto: Divulgação