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O corpo fala e o farmacêutico deve aprender a ouvi-lo para um bom atendimento

Com a tônica da humanização em saúde, a comunicação requer troca e compartilhamento de informação entre os envolvidos

A linguagem corporal é uma das maneiras de se expressar mais antigas do mundo. Estima-se que apenas 7% dos pensamentos são transmitidos por palavras, 38% são transmitidos por sinais paralinguísticos (entonação da voz, velocidade com que as palavras são ditas, entre outros) e 55% pelos sinais do corpo.

As interações que estabelecemos com os outros é uma forma de comunicação e as palavras se constituem em uma pequena parte. Usamos concomitantemente à linguagem verbal, a linguagem não verbal porque utilizamos de gestos, posturas e expressões faciais para nos comunicarmos melhor, pois facilita a compreensão do outro, sua visão de mundo, seu modo de pensar, sentir e agir, favorecendo a identificação, compreensão e entendimento dos problemas que ocorrem e auxiliando na interação profissional e pessoal.

O atendimento ao paciente se faz também por uma observação a respeito de sua linguagem corporal, onde ele pode se manifestar por meio de gestos, expressões faciais, postura, entre outros sinais emitidos fisicamente no processo de comunicação humana e, para o profissional da saúde, a comunicação é inerente ao cuidado. Muitas vezes o farmacêutico poderá captar informação por meio de comunicação não verbal que represente melhor o que o indivíduo está sentindo naquele momento (angústia, medo, tristeza, receio, dor, preocupação entre tantas outras expressões que são perceptíveis pela observação atenta).

Com a tônica da humanização em saúde, a comunicação requer troca e compartilhamento de informação entre os envolvidos. Seja qual for o modo interação, a comunicação não-verbal está presente na cena terapêutica, veiculando conteúdos conscientes ou inconscientes, cujas significações estão vinculadas ao contexto em que ocorre.

Para cuidar de alguém e criar um vínculo de confiança, é necessário um comportamento empático, com atitudes como olhar diretamente nos olhos, inclinar o tórax, menear positivamente a cabeça durante a escuta, além de usar palavras adequadas e compreensíveis, os profissionais de saúde precisam reconhecer os elementos não verbais presentes no processo comunicacional com os distintos sujeitos envolvidos no relacionamento terapêutico, o que deve favorecer a ampliação dos espaços na produção de novas possibilidades nas práticas do cuidar.

Fontes:
• Torres GMC et al. Comunicação não verbal no cuidado com usuários hipertensos na Estratégia da Família. Revista Família, Ciclos de Vida e Saúde no Contexto Social, v.7, n.3, p.284-95, 2019.
• Broca PV, Ferreira MA. A equipe de enfermagem e a comunicação não verbal. Disponível em: http://www.dx.doi.org/10.5935/1415-2762.20140051
• Sayler S. Seu corpo fala no trabalho. 2ª ed. Petrópolis, RJ: Vozes, 2013.
• Matschning M. O corpo fala: gestos reveladores e sinais eficazes. 3.ed. Petrópolis, RJ: Vozes, 2014.

Foto e fonte: Farmacêutica responsável pela Farmácia Universitária da Faculdade de Ciências Farmacêuticas da USP, Maria Aparecida Nicoletti, com exclusividade para o portal Guia da Farmácia.

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