O estado de espírito e o comportamento do consumidor mudou com a chegada da pandemia e isso causou efeitos sobre o consumo pós-Covid-19. Alguns dos efeitos negativos da rotina do brasileiro durante o período constituído por restrições e dificuldades, foram o burnout e a hipersensibilidade; efeitos que se deram de diferentes formas nas diversas classes sociais.
Com isso, surgiram novos hábitos e comportamentos, entre eles, a descoberta de novas formas de lazer dentro de casa e as frequentes ocasiões guiadas pelo Do it Yourself; no qual a pessoa se informa para fazer algo ela mesma, sem ajuda de um profissional. Outro hábito adquirido, foi o Pampering, ato de se auto presentear, com itens como perfumes e maquiagens, por exemplo.
O diretor geral da Perception, Rodrigo Toni, conta que pesquisas também identificaram questões que permeiam um futuro ainda incerto: o mundo vai se manter realmente mais solidário? Iremos voltar a um cenário onde as pessoas podem interagir socialmente sem receio? As medidas de higiene realmente serão mantidas a longo prazo pela população? E ainda, os receios que mais afligem as classes mais vulneráveis.
Além disso, as analises apontam que a retomada das atividades fora de casa traz o desejo de voltar aos hábitos de cuidados pessoais que podem ter sido deixados de lado durante o isolamento social. Também é vista uma grande motivação a práticas que tragam bem-estar e equilíbrio; portanto, produtos e ingredientes que se relacionam a isso e que sejam sensorialmente prazerosos podem ser uma oportunidade neste momento para a categoria de HPC.
Comportamento do consumidor pós-pandemia
De acordo com a analista sênior de beleza e cuidados pessoais da Mintel, Amanda Caridad, estudos da Mintel revelaram que 67% dos brasileiros afirmam que o bem-estar mental se tornou maior prioridade. Além disso, os resultados apontam que 93% dos brasileiros afirmaram ser importante cuidar da aparência com o intuito de manter bem-estar físico e mental; 36% estão interessados em produtos de beleza e cuidados pessoais que ajudem a aliviar a ansiedade e o stress; e 29% afirmou ter interesse nos produtos que proporcionam mais energia.
Camila Castro, da IQVIA, destaca que passaram a investir e usar o canal farma como pontos vendas e de contato estratégicos com o público consumidor de higiene pessoal, perfumaria e cosméticos. De acordo com pesquisas da entidade, as farmácias que já vinham num crescente, passam a ter ainda mais importância na vida de consumo das pessoas; tanto no ambiente físico quanto no digital, este acelerado se deu devido a pandemia, assim como ocorreu em todas as áreas.
Além disso, Camila destacou que a maior parte da população pretende manter o consumo em farmácias, pois o cenário para o consumo nesse canal é de estabilidade; o que pode ser visto como boa notícia, já que 45% dos brasileiros declaram que manterão o seu consumo atual. Como contraponto positivo, a pesquisa da IQVIA mostra uma significativa diminuição do grupo de brasileiros que declaram intenção de redução de seu consumo em farmácias, assim, somando apenas 16% dos entrevistados em junho de 2020.
Motivadores de compra
Outros pontos de destaque da IQVIA são os fatores motivadores de compra. De acordo com a pesquisa, o consumidor continuará considerando para decidir suas compras, qualidade do produto, preço e promoções. Estudos mostram também que os produtos que não podem faltar nas gôndolas, são eles os produtos healthy care e da cesta Covid-19; bem como os de cuidados pessoais relacionados às práticas do Do it Yourself, como os itens para depilação, cremes de tratamento para cabelos e pele. Outro ponto relevante que as pesquisas mostram é o salto de 100% dos canais on-line das farmácias, em comparação ao mesmo período do ano passado. Hoje, os canais on-line das farmácias representam 7% das vendas totais.
O conteúdo foi abordado durante a Semana Abihpec de Mercado, organizada pela Associação Brasileira da Indústria de Higiene Pessoal, Perfumaria e Cosméticos (Abihpec), que ocorreu na primeira semana do mês de setembro.
Como melhorar a jornada de compra durante a pandemia?
Fonte: Guia da Farmácia / Abihpec
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