SP vê mudança no perfil dos internados por Covid-19: ‘Mais jovens e com mais tempo na UTI’

No início da pandemia a média era de 7 a 10 dias de internação, agora está em 14 a 17 dias de internação no mínimo em UTI. Coordenador do centro de contingência prevê mais restrições

O aumento jovens internados no Estado São Paulo tem preocupado o Centro de Contingência da Covid-19. De acordo com o  governo, tem crescido o número de pacientes entre 30 e 50 anos, sem doença prévia.

Em todas as faixas etárias, foram cem novas internações diárias na última semana e a ocupação de leitos para UTI saltou 5,3% no todo o Estado. As autoridades dizem também em analisar alternativas de restrição.

Portanto, o governo detectou que o perfil dos internados mudou em relação ao pico anterior da pandemia, em julho.

“O aspecto clínico dos pacientes é diferente daquele que víamos na 1ª onda. Antes eram idosos e portadores de doenças crônicas, o que chamamos de comorbidade. Hoje é de 60% mais jovens, na faixa de 30 a 50 anos, sem doença prévia. E o tempo que estão ficando na UTI é maior. Tínhamos antes média de 7 a 10 dias de internação, agora está em 14 a 17 dias de internação no mínimo em UTI”, diz  o secretário de secretário de Saúde, Jean Gorinchteyn.

A ocupação de UTIs para Covid-19 no Estado está em 73,2%, ante 67,9% uma semana atrás.

E, na Grande São Paulo, o salto foi maior: 74,3%, quando há sete dias era de 67,8%.

“Também estamos com 7.173 internações, quando na segunda-feira passada tínhamos 6.410”, diz.

Assim, com aumento de 9,7% de casos em uma semana e de 18,3% nas internações, seja em UTI ou em enfermaria, o secretário prometeu  anunciar medidas para expansão de leitos no Estado.

Plano São Paulo

“Recalibramos o Plano São Paulo, aumentamos as fiscalizações, e estamos redirecionando leitos para todo o Estado“, afirmou, citando ainda os hospitais de campanha por exemplo em Jaú, Araraquara, Bauru, Bebedouro e em Heliópolis, na zona sul de São Paulo.

Ele afirmou que os hospitais de campanha podem ocorrer dentro de estruturas já existentes, como em outros hospitais.

E vê no momento a necessidade de mais leitos de UTI do que de enfermaria, diante dessa mudança de perfil dos contaminados e também pelo crescimento da nova variante da Covid-19, identificada originalmente em Manaus, mais transmissível e mais infecciosa.

Mas o governo também voltou a cobrar ajuda da população.

Maiores restrições

De acordo com o coordenador do Centro de Contingência da Covid-19, Paulo Menezes, do jeito que está, a pandemia caminha para um período de maiores restrições de circulação.

“Acredito, no entanto, que vai ser no sentido de maior restrição para a maior parte do Estado e possibilidade de ter classificação mais restritiva que a fase vermelha”, comentou.

Insumos para mais doses da Coronavac

Contudo, o governador João Doria anunciou que São Paulo vai receber na próxima semana mais 8 mil litros de insumos do laboratório Sinovac.

Com isso, poderá, então,  produzir mais 14 milhões de doses da Coronavac.

Neste mês, o Estado vai, então, entregar mais 21 milhões de doses da vacina ao Ministério da Saúde, 17% a mais do que o previsto.

“Até o final de abril estaremos entregando 46 milhões de doses da vacina e até 30 de agosto outras 54 milhões de doses”, avisou, reforçando que nesta quarta vai entregar mais 900 mil doses ao Ministério da Saúde (MS), que serão distribuídas para todos os Estados brasileiros.

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Fonte: Estadão

Foto: Shutterstock

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