Colesterol, hipertensão e diabetes são fatores de risco para o coração e não são controlados em uma pesquisa com 9 mil pacientes
No caso do colesterol, analisado isoladamente, o controle foi de apenas 16%.
Somente 25% apresentavam valores de glicemia dentro das metas preconizadas.
E a pressão arterial estava sem controle por 48% dos participantes.
O estudo foi conduzido pela Sociedade de Cardiologia do Estado de São Paulo (Socesp).
Dados curiosos da pesquisa envolvendo colesterol, a hipertensão e o diabetes
“O resultado da pesquisa causou surpresa, pois apenas 16% dos pacientes com colesterol elevado apresentaram valores dentro das metas, 52% dos hipertensos tiveram controle da pressão arterial e somente 25% tinham a glicemia dentro das metas”, comentou a diretora de Promoção e Pesquisa da Socesp, Maria Cristina de Oliveira Izar.
Ainda segundo a diretora, quando se avaliou o controle de todos os fatores, nenhum dos 9 mil pesquisados apresentou controle.
Esses resultados mostram, por exemplo, que há necessidade de educação de pacientes e o uso contínuo das medicações.
Além de implementação de medidas voltadas ao estilo de vida saudável para aumentar as taxas de controle.
Para ela, a falta de controle global dos fatores de risco foi o que mais surpreendeu.
Os cuidados o colesterol, hipertensão e o diabetes
“É muito importante o controle de todos os fatores de risco para valores dentro das metas recomendadas. Além disso, é preciso procurar manter o peso ideal, eliminar o tabagismo e praticar exercícios físicos de forma rotineira, mantendo um estilo de vida saudável”.
O Epico comprovou, também, que as taxas de mortalidade cardiovascular no estado de São Paulo não caíram na última década, diferentemente do que ocorreu na maioria dos países comparados.
Então, após o levantamento, a próxima etapa do estudo será elaborar uma estratégia para maior atenção aos fatores de risco cardiovascular e seu impacto nos índices de mortalidade, a fim de reduzi-los.
Dia Mundial do Coração
Dessa forma, para alertar sobre as complicações das doenças cardiovasculares, a Socesp promove ações de conscientização em seu site e nas mídias sociais.
Com isso, o objetivo é o de promover mais qualidade de vida no mês do Dia Mundial do Coração, comemorado no último dia 29.
Interatividade
O slogan da campanha é “Nós cuidamos do seu coração” e traz dicas de alimentação saudável, prática de atividade física, combate ao estresse e informações para os fumantes deixarem o cigarro com segurança.
Há também vídeos gravados por integrantes dos oito departamentos multiprofissionais da entidade, com especialistas em educação física, enfermagem, farmacologia, fisioterapia, nutrição, odontologia, psicologia e serviço social.
Além de também, um grupo de estudos sobre cuidados paliativos.
“Focar na prevenção é fundamental, especialmente durante a pandemia, a diminuição da procura por serviços de saúde e de emergência tem causado maiores taxas de mortes não assistidas, falta de controle dos fatores de risco e piora clínica dos pacientes”, alertou Maria Cristina.
Segundo a entidade, mudanças de hábito podem, contudo, causar impacto de até 80% nas chances de uma pessoa sofrer um infarto ou acidente vascular cerebral (AVC) nos próximos dez anos.
De acordo com a Maria Cristina, as mudanças podem ser feitas simultaneamente, sempre que possível.
“Devemos atentar que para aqueles que já têm o hábito de se exercitar, existem aplicativos e vídeos que podem auxiliar na promoção da saúde. No entanto, para aqueles que não praticam exercícios, a supervisão de profissional de educação física é recomendada, assim como a orientação de um nutricionista”
A modalidade de exercício escolhida, por exemplo, ainda segundo a médica, deve ser aquela que o indivíduo goste de praticar.
Além de ser compatível com sua condição e possa ser feita pelo menos por 30 minutos em cinco dias da semana.
Covid-19 e o coração
A pandemia de covid-19 trouxe maior preocupação com as doenças cardiovasculares, já que o vírus causa maior impacto nos cardiopatas.
“Não temos a completa dimensão do impacto que o coronavírus terá no futuro, mas sabemos que é essencial cuidar de nossos corações agora, já que os cardiopatas têm maiores complicações ao serem contaminados”, disse o presidente da Socesp, João Fernando Monteiro Ferreira.
As doenças cardiovasculares matam, em todo o mundo, mais do que por qualquer outra causa.
Cerca de 17,9 milhões a cada ano, de acordo com a Organização Mundial da Saúde (OMS).
A saber, no Brasil, são 400 mil óbitos anuais.
Boa parte dos fatores de risco para o coração é modificável.
Como por exemplo a inatividade física, a dieta não saudável, a pressão arterial elevada, o uso do tabaco, o colesterol sem controle, a obesidade e o excesso de peso.
Os fatores não modificáveis são o histórico familiar e o diabetes, mas que podem ser atenuados.
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Fonte: Agência Brasil