Desde o início da epidemia global de aids, 76 milhões de pessoas foram infectadas com o HIV e 38 milhões de pessoas vivem atualmente com o vírus.
A Abbott anunciou no último dia (2) que uma equipe de cientistas encontrou, assim, um número excepcionalmente alto de pessoas na República Democrática do Congo (RDC) conhecidas como “controladores de elite do HIV”.
Essas pessoas têm teste positivo para anticorpos do HIV, mas contam com uma contagem de carga viral baixa ou não detectável, e sem o uso de antirretrovirais de tratamento.
A descoberta inovadora, publicada na revista científica EBioMedicine, pode ajudar os pesquisadores a descobrir tendências biológicas nesta população.
Podendo também levar a avanços nos tratamentos do HIV e potenciais vacinas.
Pesquisadores da Abbott, da Universidade Johns Hopkins, do Instituto Nacional de Alergia e Doenças Infecciosas da Universidade de Missouri, no Kansas, e da Universidade Protestante do Congo estimaram que a prevalência de “controladores de elite” do HIV, entre os 10.000 participantes analisados no estudo, é de 2,7% a 4,3%, em comparação com 0,1% a 2% de prevalência em todo o mundo.
Portanto, a nova pesquisa vai estimular estudos adicionais que procuram compreender esta resposta imunológica única.
Os resultados do estudo podem aproximar pesquisadores do objetivo de reduzir a disseminação do HIV.
Descobrindo, assim, ligações entre a supressão natural do vírus e futuros tratamentos.
Novas descobertas para uma possível cura da HIV
Com as origens da epidemia de HIV rastreadas até a África Subsaariana é de interesse específico para a comunidade científica.
As novas descobertas dos pesquisadores são, portanto, uma continuidade dos esforços que levaram à identificação de uma nova cepa de HIV em 2019 pela Abbott.
Há mais de 30 anos, a empresa também foi a primeira a desenvolver um teste para HIV, aprovado pelo Food and Drug Administration (FDA).
“O trabalho de vigilância global nos mantém à frente das doenças infecciosas emergentes e, neste caso, percebemos que havíamos encontrado algo que poderia ser mais um passo em direção da cura para o HIV”, diz o pesquisador associado para pesquisa de doenças infecciosas da Abbott, e um dos autores do estudo, Michael Berg.
As amostras de plasma coletadas pelos esforços de vigilância em 1987, de 2001 a 2003 e de 2017 a 2019 na República Democrática do Congo permitiram aos pesquisadores descartar falsos positivos.
E também vieses do local de coleta, alta diversidade genética e tratamento antirretroviral como causa de contagens virais não detectáveis em 10.457 pacientes de 2017 a 2019.
“Cada nova descoberta sobre o HIV é mais uma peça no quebra-cabeça evolucionário que estamos tentando entender”, comenta a professora do Departamento de Ciências Orais e Craniofaciais da Universidade de Missouri e coautora do estudo, Carole McArthur.
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Fonte: Exame
Foto: divulgação Abbott