Regulamentação da cannabis: Anvisa afirma que acontecerá ainda este ano

Apesar de resistência dentro do governo, William Dib acredita que até o fim do ano será definida a regulamentação do cultivo da cannabis para fins medicinais

À frente da discussão sobre a regulamentação do cultivo da cannabis para fins medicinais, o diretor-presidente da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), William Dib, tem enfrentado resistências dentro do governo. Ele evita entrar em atrito direto com o principal opositor, o ministro da Cidadania, Osmar Terra. Mas sustenta que, até o fim do ano, as regras serão estabelecidas: “Estamos devendo essa resposta à sociedade”.

O ministro Osmar Terra afirmou que a discussão sobre a regulamentação da cannabis, em curso na Anvisa é irresponsável. Além disso, afirma que o órgão lidera um movimento a favor da legalização das drogas.

“O silêncio é a resposta. Não cabe a mim ficar discutindo com alguém do governo. A regulamentação sai até o fim do ano? Acredito (que sim), estamos devendo essa resposta à sociedade. Assim, a indústria brasileira pode propor o cultivo ou importar. A legislação que estamos criando não obriga ninguém a fazer o cultivo. Estamos abrindo portas para a população ter acesso a produtos de qualidade”, afirma.

CFM e ABP pedem cancelamento de consulta sobre regulamentação da cannabis medicinal

Não apenas o Conselho Federal de Medicina (CFM), como também a Associação Brasileira de Psiquiatria (ABP) fazem alerta para o alto risco na proposta de regulamentação do plantio da Cannabis sativa L.. Desse modo, as duas instituições médicas divulgaram nota conjunta pedindo revogação e cancelamento de consulta pública sobre o tema.

Primordialmente, para as entidades, a decisão da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) de aprovar proposta preliminar autorizando o cultivo com fins medicinais e científicos, além da produção de medicamentos derivados da droga, desconsidera evidências científicas e não garante efetividade e segurança para os pacientes. “Ao admitir a possibilidade de liberação de cultivo e, igualmente, de processamento dessa droga no País, a Anvisa assume postura equivocada, ignorando os riscos à saúde pública que decorrem dessa medida”, pontua o documento do CFM e ABP.

Fonte: Guia da Farmácia

Foto: Shutterstock
Fonte: Época SP

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