A farmacêutica especializada em Gestão de Farmácia e Gestão Estratégia, e sócia da Gestão Farma Consultoria, Erica Schinetz, cita as principais dicas para evitar possíveis erros financeiros na loja
Sabemos que uma gestão financeira eficaz para toda e qualquer empresa que vende serviços ou produtos é fundamental. Porém, quando se trata de varejo, nem sempre essa premissa é levada a risca como deveria.
Com intuito de alertar quem ainda não se atentou a esse grave problema, segue nesse material os principais erros cometidos pelo varejo farma independente.
- Não medir o nível de recebimento de recurso financeiro. Toda empresa deve medir o valor exato dos recebimentos realizados pela farmácia durante o mês. Isso fara com que no fechamento final mensal, identificar se o valor recebido de recursos (recurso entendemos como dinheiro de caixa, recebimentos de cartões em conta corrente, recebimentos de convênio, Farmácia Popular, etc). Porém, esse é um dos principais erros que as farmácias cometem, deixando de analisar se o recebimento ocorrido está compatível com a venda realizada.
- Não ter um plano de contas eficaz. Quando se fala em Plano de Contas, sabe-se que cada empresa tem (ou deveria ter) o seu, com suas características principais. Quando digo deveria, é porque nem sempre ocorre dessa forma. É extremamente normal as farmácias não terem um Plano de contas que pelo menos divida em Despesas Fixas, Despesas Variáveis, Impostos, Fornecedores e Investimentos, ocorrendo lançamentos equivocados, dando assim informações irreais como aumento nas despesas, no pagamento a fornecedores, dentre outras que nem sempre ocorrem.
- Não medir o nível de endividamento com fornecedores. É muito normal no varejo farma nos depararmos com farmácias alongando prazos com fornecedores sem ao menos entender o que pode ocasionar com seu fluxo de caixa. Na falta de capital de giro muitas farmácias ocorrem a esse “crédito”, porém, sem ao menos entender qual o motivo que está levando a essa ação. É o que falamos em tratar efeito e não a causa do problema. Alongar prazo sem entender o porquê da falta de capital de giro pode ser ineficaz e trazer maiores perdas financeiras para a farmácia.
- Não ter um fluxo de caixa formalizado. Quando se fala em Fluxo de Caixa nada mais é do que ter o controle de todas entradas de Receitas e todos os pagamentos realizados pela farmácia em um determinado período. Essa ação, que na maioria das farmácias não é feito, é extremamente importante para se ter realmente o valor correto de sobra (ou não) de dinheiro no período analisado. Caso exista a sobra, ou seja, feche positivo é importante para entender o resultado efetivo de caixa, caso feche negativo também é importante pois caso aconteça com frequência é preciso analisar se os pagamentos estão fora da capacidade de pagamento da farmácia.
- Não ter um controle separando as despesas das farmácias com as despesas pessoais. Principalmente nas farmácias de pequeno e médio porte esse ainda é um cenário muito comum de se presenciar. A falta de controle de retirada financeira pessoal, acaba por afetar a análise dos resultados financeiros da farmácia. A partir do momento que não se separa o que é empresa e o que é particular, várias informações ficarão distorcidas, podendo nos dar a falsa impressão de que a farmácia não é lucrativa e a tomada de decisão com certeza será feita de forma equivocada. Algumas dessas decisões são o corte de funcionários, o não pagamentos de impostos, diminuição dos descontos fornecidos aos clientes, diminuição da premiação paga a equipe de vendas, dentre outros que farão com que o resultado piore a cada dia.
- Não ter uma rotina de controle e lançamentos das informações. Sem um controle efetivo e uma rotina diária de lançamentos de todas as informações financeiras fica praticamente impossível tomar decisões assertivas. Isso ocorre com grande frequência na maioria das farmácias, sempre com a “desculpa” de que não há tempo para “encaixar” essa rotina do processo de trabalho diário. Não tendo um rotina de lançamentos sempre irá trabalhar com falta de informações para a maioria das análises que poderão ser feitas durante o mês.
Problemas no varejo: trate a causa e não o efeito
Fonte e foto: Farmacêutica especializada em Gestão de Farmácia e Gestão Estratégia e sócia da Gestão Farma Consultoria, Erica Schinetz, com exclusividade para o Guia da Farmácia.