Esse cenário reforça a necessidade de respeitar o isolamento social, medidas de higiene pessoal e o uso de máscaras para barrar a transmissão do vírus
A imunidade ao vírus Sars-CoV-2 que transmissor da Covid-19 ainda é um assunto que segue em estudo.
A maioria dos profissionais de saúde que contraíram a Covid-19 estão protegidos contra uma nova infecção por um período de pelo menos cinco meses.
A conclusão é de um estudo da agência de saúde pública britânica Public Health England.
O trabalho alerta, no entanto, que há evidências de que pessoas imunizadas podem contrair o vírus assintomaticamente e contribuir para sua disseminação.
De acordo com pesquisadores da agência, 44 pessoas teriam sido reinfectadas com o novo coronavírus de 6.614 trabalhadores do setor de saúde que apresentaram anticorpos no decorrer de um período de cinco meses entre junho e novembro de 2020.
Isso representa uma proteção de 83% em relação aos trabalhadores que não foram expostos ao Sars-CoV-2, conclui o estudo publicado no dia 13, que ainda não foi revisado por pesquisadores independentes.
Por outro lado, os dados preliminares do estudo sugerem que alguns participantes carregaram o vírus assintomaticamente em suas vias aéreas em quantidades que possibilitam sua transmissão para outras pessoas.
Esse cenário reforça a necessidade de respeitar o isolamento social e medidas de higiene pessoal, além do uso de máscaras.
Anticorpos
“Agora sabemos que grande parte das pessoas que tiveram o vírus e geraram anticorpos estão protegidas contra reinfecção, mas essa proteção não é completa e ainda não sabemos quanto tempo dura. E, o mais importante, acreditamos que as pessoas podem continuar a transmitir o vírus”, resume a autora principal do estudo, Susan Hopkins.
Ainda de acordo com Hopkins, é improvável que casos de reinfecção levem a casos severos:
“A descoberta significa que, se você acredita que já contraiu a doença e está protegido, pode ter a segurança de que é altamente improvável o desenvolvimento de infecções severas (em caso de reinfecção). Mas ainda há o risco de contrair o vírus e transmití-lo para os outros“.
O trabalho, no entanto, reforça que quem contraiu a Covid-19 na primeira onda da doença, no início de 2020, em boa parte do mundo está novamente vulnerável ao coronavírus.
Especialistas independentes elogiaram a qualidade do estudo.
Na pesquisa, participaram cerca de 20.800 profissionais de saúde, incluindo funcionários do hospital na linha de frente do atendimento de pacientes com Covid-19, convidados a serem testados regularmente para verificar se ainda eram portadores do vírus ou se geraram anticorpos, um sinal de uma infecção mais antiga.
As conclusões do trabalho também sugerem que a imunidade proporcionada pelas vacinas desenvolvidas contra a Covid-19, cuja duração ainda é desconhecida, será duradoura.
Em dezembro, um artigo publicado no New England Journal of Medicine concluiu que praticamente todos os profissionais de saúde tinham anticorpos e estavam protegidos por pelo menos seis meses.
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Fonte: Extra
Foto: Shutterstock