Em geral, o uso de analgésicos simples isentos de prescrição médica pode ser indicado para tratamento tanto de dores crônicas quanto para dores agudas de primeiro grau. Isso porque essa classe de medicamentos é considerada uma forte aliada na promoção do bem-estar e qualidade de vida quando utilizada de acordo com a posologia correta.
Entre a classe de analgésico simples, o paracetamol é considerado uma opção segura para o alívio da dor e da febre em pessoas que apresentam as doenças mais prevalentes nos brasileiros com mais de 50 anos de idade, como diabetes e hipertensão¹.
Por ser uma molécula que apresenta baixos eventos adversos associados, poucas interações medicamentosas, além de segurança gastrointestinal e renal, o uso de paracetamol pode ser considerado como uma opção de tratamento para o alívio da dor e da febre em pacientes vulneráveis. Entre eles, os idosos, onde o consumo de analgésicos por automedicação costuma ocupar efetivamente um lugar de destaque para o alívio da dor, sintoma muito comum nessa fase da vida, segundo o Guia da Dor da Sociedade Brasileira de Geriatria e Gerontologia (SBGG)²³.
Públicos susceptíveis
Mulheres grávidas, lactantes e idosos são os principais representantes desse grupo. Por não apresentar contraindicação, o uso de paracetamol é uma opção segura, desde que sua administração seja feita por períodos curtos sob orientação médica².
No caso dos bebês recém-nascidos, é importante reforçar que paracetamol é o único analgésico e antitérmico que pode ser usado desde o nascimento, de acordo com a bula. Por outro lado, a dipirona só é liberada para uso a partir dos três meses de idade, e o Ácido Acetilsalicílico (AAS) e o ibuprofeno a partir de seis meses de idade 4,5.
Público idoso
Por representar uma parcela importante dos públicos vulneráveis, por conta do aumento da expectativa de vida da população, os idosos representam um público susceptível ao uso de diversos medicamentos, seja de prescrição médica ou não, que podem trazer reações e interações entre si ou até com alimentos³.
Portanto, o Guia da Dor elaborado pela SBGG recomenda que o paracetamol seja considerado no tratamento de dor persistente em idosos, por ser um analgésico seguro, sem efeitos colaterais significativos, com atenção para o risco de hepatotoxicidade quando há superdosagem (>4g)³.
Por outro lado, em relação aos Anti-Inflamatórios Não Esteroidais (AINEs) seletivos ou não seletivos, incluindo
ibuprofeno e AAS, deve-se ter cautela em seu uso³.
Pacientes polimedicados
A presença de doenças crônicas impacta diretamente na busca de opções seguras de analgésicos que não interfiram no tratamento de rotina e contínuo. Por exemplo, quando falamos das doenças cardiovasculares, responsáveis por quase 30% dos óbitos da população brasileira, é comum que esse público faça uso do AAS para a o auxílio no tratamento de doenças cardíacas 6,7.
Por não interferir na ação do AAS usado por cardíacos, o paracetamol não possui contraindicação para esse público. O mesmo acontece com os pacientes hipertensos6,7.
Além de o paracetamol não interferir na pressão arterial, ele também não apresenta interação medicamentosa com os principais anti-hipertensivos, entre eles, captopril/enalapril, atenolol/propanolol, furosemida e hidroclortiazida²,7.
Para as pessoas com diabetes, o paracetamol e a dipirona também são as opções mais seguras. Entretanto, é importante ficar atento porque algumas apresentações de dipirona e paracetamol, especialmente as destinadas para o público infantil, podem conter açúcar²,7 .
Como atua o Tylenol®, Paracetamol da Johnson & Johnson
Para fazer a escolha correta do medicamento, é necessário conhecê-lo e entender como ele atua na dor e no corpo. Em linhas gerais, os analgésicos, como o paracetamol, circulam na corrente sanguínea e identificam o local da dor e enviam essa informação para o cérebro, atuando na redução da dor.
Além disso, o paracetamol também reduz a febre atuando no centro regulador da temperatura no Sistema Nervoso Central (SNC). Seu efeito tem início 15 a 30 minutos após a administração oral e permanece por um período entre quatro e seis horas².
TYLENOL®
(PARACETAMOL). INDICADO PARA O TRATAMENTO DE DOR E FEBRE. ADVERTÊNCIAS: NÃO USE TYLENOL® JUNTO COM OUTROS MEDICAMENTOS QUE CONTENHAM PARACETAMOL, COM ÁLCOOL OU EM CASO DE DOENÇAS GRAVE DO FÍGADO. MS – 1.1236.3326. SAC 0800 701 1851 OU SERVIÇO AO PROFISSIONAL 0800 702 3522. DATA DE IMPRESSÃO: JUN/21. ©J&J Brasil, 2021. “SE PERSISTIREM OS SINTOMAS, O MÉDICO DEVERÁ SER CONSULTADO”.
Referências
1. Doubova SV, Reyes-Morales H, Torres-Arreola L, Del P, Suárez-Ortega M. Potential drug-drug and drug-disea-se interactions in prescriptions for ambulatory patients over 50 years of age in family medicine clinics in Mexico City. BMC Health Serv Res. 2007; 7: 147. DOI: 10.1186/1472-6963-7-147.
2. Bula de Tylenol® . Disponível em: https://www.tylenol.com.br/produtos. Acesso em 3 de agosto de 2021.
3. Guia da Dor, Sociedade Brasileira de Geriatria e Gerontologia (SBGG). Disponível em http://www.amape.com.br/wp-content/uploads/2018/06/SBGG_guia-dor-no-idoso_2018-digital.pdf
4. Bula do ibuprofeno. Disponível em: https://bula.medicinanet.com.br/bula/8202/ibuprofeno.htm. Acesso em 3 de agosto de 2021.
5. Bula do Ácido Acetilsalicílico (AAS). Disponível em: https://bula.medicinanet.com.br/bula/254/acido_acetilsalicilico.htm. Acesso em 3 de agosto de 2021.
6. ICTQ. Polifarmácia: atuação farmacêutica em polimedicados. Disponível em: https://www.ictq.com.br/varejo-farmaceutico/923-
polifarmacia-atuacao-farmaceutica-em-polimedicados. Acesso em 3 de agosto de 2021.
7. Artigo “Análise da prevalência de doenças cardiovasculares e fatores associados em idosos, 2000-2010”. Disponível em: https://www.scielosp.org/article/csc/2019.v24n1/105-114/#:~:text=No%20Brasil%2C%20as%20doen%C3%A7as%20cardiovasculares,%C3%B3bitos%20por%20causa%20externas%208. Acesso em 3 de agosto de 2021.
Fonte: Guia da Farmácia
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