Seis estados autorizam prefeituras a reduzir o intervalo entre as doses da AstraZeneca

Antecipação da segunda dose ocorre por causa da preocupação com a variante delta do coronavírus

Por causa da variante delta do coronavírus, governadores de seis estados autorizaram a redução do intervalo entre a primeira e a segunda doses da vacina da AstraZeneca.

A espera vai ser menor para algumas pessoas que tomaram a primeira dose do imunizante.

Já que pelo menos seis estados decidiram encurtar o intervalo entre as doses da AstraZeneca:

Acre, Espírito Santo, Pernambuco, Piauí, Mato Grosso do Sul e Santa Catarina.

A Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz), que produz a AstraZeneca no Brasil, diz que o intervalo entre as doses pode variar.

“A AstraZeneca, além de ser a vacina que está sendo utilizada desde janeiro, o intervalo entre as doses dela é flexível: ela pode ser utilizada de quatro a 12 semanas e já tem muita gente vacinada com a primeira dose”, explica epidemiologista da Fiocruz Ana Brito.

A justificativa para antecipar a aplicação da segunda dose da AstraZeneca é a preocupação com a variante delta do coronavírus, que tem alto poder de transmissão.

Variantes

Estudos confirmam que a vacinação com duas doses garante uma proteção mais completa contra a nova variante. Mas a diminuição do intervalo entre as doses divide, portanto, os especialistas.

“Diante das variantes que nós temos circulando no mundo todo e a possibilidade de chegada no estado de Pernambuco a gente precisa garantir, de fato, que mais pessoas tenham a segunda dose”, diz a superintendente do Programa de Imunizações de Pernambuco, Ana Catarina Melo.

O diretor da Sociedade Brasileira de Imunizações, Renato Kfouri, no entanto, diz que seria melhor investir na ampliação da primeira dose.

“Nesse momento em que nós temos boa parte da população sem nenhuma dose, pouquíssimos com segunda dose, é necessário ampliarmos o número de vacinados. Países que já deram a primeira dose para quase toda a sua população, hoje podem se dar ao luxo de reduzir o intervalo e acelerar o processo de término do esquema vacinal. Nós estamos longe disso”, explica.

Antecipação da segunda dose da vacina da AstraZeneca

Com a vacinação lenta e desigual no país, alguns especialistas sugerem, contudo, que a antecipação seja feita para as pessoas mais vulneráveis.

“É uma medida muito importante que deveria ser tomada pelo Ministério da Saúde, principalmente nas pessoas acima de 50 anos. Nós precisamos garantir uma proteção maior para quem tem mais risco de hospitalização e óbito”, afirma Júlio Croda, pesquisador da Fiocruz e da UFMS.

O Ministério da Saúde (MS) informou , todavia, que o tema foi discutido amplamente na Câmara Técnica Assessora em Imunizações.

E que o parecer foi pela manutenção do intervalo maior, de 90 dias.

Os governos estaduais não precisam seguir o parecer do Ministério da Saúde.

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Fonte: G1
Foto: Shutterstock

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