Sífilis: o que é, sintomas e como tratar

A doença, que tem diversos estágios, se não tratada pode acometer vários órgãos e levar ao óbito

A sífilis é uma das Infecções Sexualmente Transmissíveis (ISTs) mais conhecidas da população geral. Segundo o Ministério da Saúde, a doença acomete cerca de 900 mil novas pessoas a cada ano, mesmo com as campanhas de prevenção. Do total, ao menos 50 mil envolvem grávidas, que acabam passando a doença para 12 mil bebês por ano. 

A doença, que tem diversos estágios, se não tratada pode acometer vários órgãos e levar ao óbito. Seu tratamento é relativamente simples, assim como seu exame para o diagnóstico.

Saiba mais sobre a sífilis, tratamento e exames e previna-se! 

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O que é sífilis?

É uma Infecção Sexualmente Transmissível (IST) que pode apresentar várias manifestações clínicas e diferentes estágios (sífilis primária, secundária, bem como latente e terciária).

Nos estágios primário e secundário da infecção, a possibilidade de transmissão é maior.

O que causa a sífilis? Como é transmitida?

A doença é causada pela bactéria Treponema pallidum e é transmitida por relação sexual sem camisinha com uma pessoa infectada, ou ser transmitida para a criança durante a gestação ou parto.

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Estágios

A sífilis está dividida em quatro estágios: primário, secundário, latente e terciário. As duas primeiras fases apresentam as características mais marcantes da infecção, quando os principais sintomas aparecem e também quando há mais possibilidade de transmissão. Em seguida, a sífilis aparentemente desaparece por um longo período, ficando num estado de latência, ainda potencialmente transmissível, mas sem sintomas, embora com chances de recaídas para o estágio secundário, ou, então, entra em sua fase terciária, justamente quando os órgãos-alvo, tomados pela bactéria, começam a se inflamar lenta e progressivamente, resultando num quadro severo que podem deixar sequelas irreversíveis e até levar ao óbito.

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Sintomas

Os sintomas dependem dos estágios da doença:

Sífilis primária

  • Ferida, geralmente única, no local de entrada da bactéria (pênis, vulva, vagina, colo uterino, ânus, boca, bem como em outros locais da pele). Essa lesão é rica em bactérias.
  • Normalmente não dói, não coça, bem como não arde e não tem pus, podendo estar acompanhada de ínguas (caroços) na virilha.
  • Essa ferida desaparece sozinha, independentemente de tratamento.

Sífilis secundária

  • Podem ocorrer manchas no corpo, que geralmente não coçam, incluindo palmas das mãos e plantas dos pés. Essas lesões são ricas em bactérias.
  • Pode ocorrer febre, mal-estar, dor de cabeça, bem como ínguas pelo corpo.

Sífilis latente – fase assintomática

  • Não aparecem sinais ou sintomas.
  • É dividida em sífilis latente recente (menos de dois anos de infecção) e sífilis latente tardia (mais de dois anos de infecção).

Sífilis terciária

  • Costuma apresentar sinais e sintomas, principalmente lesões cutâneas, ósseas, cardiovasculares e neurológicas, assim, podendo levar à morte.

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Quanto tempo demora para se manifestar?

O tempo de manifestação depende, também, dos estágios da doença:

Sífilis primária

Aparece entre 10 e 90 dias após o contágio.

Sífilis secundária

Os sinais e sintomas aparecem entre seis semanas e seis meses do aparecimento e cicatrização da ferida inicial.

Sífilis latentefase assintomática.

A duração é variável, assim, podendo ser interrompida pelo surgimento de sinais e sintomas da forma secundária ou terciária.

Sífilis terciária

Pode surgir de 2 a 40 anos após o início da infecção.

Diagnóstico

O teste rápido (TR) de sífilis está disponível nos serviços de saúde do SUS, sendo prático e de fácil execução, com leitura do resultado em, no máximo, 30 minutos, assim, sem a necessidade de estrutura laboratorial. 

Nos casos de TR positivos (reagentes), uma amostra de sangue deverá ser coletada e encaminhada para realização de um teste laboratorial (não treponêmico) para, assim, confirmar o diagnóstico.

Em caso de gestante, devido ao risco de transmissão ao feto, o tratamento deve ser iniciado com apenas um teste positivo (reagente), dessa forma, sem precisar aguardar o resultado do segundo teste.

Contudo, devido à grande quantidade de casos surgindo no País, a recomendação de tratamento imediato antes do resultado do segundo exame se estendeu para outros casos: vítimas de violência sexual, pessoas com sintomas de sífilis primária ou secundária, pessoas sem diagnóstico prévio de sífilis e pessoas com grande chance de não retornar ao serviço de saúde para verificar o resultado do segundo teste.

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Tratamentos

O tratamento é feito com antibióticos e deve ser acompanhado com exames clínicos e laboratoriais para, assim, avaliar a evolução da doença e estendido aos parceiros sexuais. A sífilis é uma infecção, com tratamento relativamente simples, mas a infecção não faz com que o paciente esteja imune.

Quando a sífilis é detectada em uma mulher grávida, o tratamento precisa ser iniciado o mais rápido possível, com a penicilina benzatina. Isso porque este é o único medicamento capaz de prevenir a transmissão vertical.

Além disso, a parceria sexual também deverá ser testada e tratada para evitar a reinfecção da gestante. São critérios de tratamento adequado da gestante:

  • Administração de penicilina benzatina.
  • Início do tratamento até 30 dias antes do parto.
  • Esquema terapêutico de acordo com o estágio clínico da sífilis.
  • Respeito ao intervalo recomendado das doses.

Sífilis tem cura?

Sim, com o tratamento com penicilina, o antibiótico elimina o treponema. Porém, o medicamento não consegue reverter os estragos da infecção nos órgãos-alvo da doença quando isto já aconteceu. 

Uma lesão na medula ou no sistema nervoso central, por exemplo, pode resultar em incapacidades permanentes, que, no máximo, são atenuadas com um trabalho de reabilitação. Já um defeito nas valvas cardíacas e mesmo um aneurisma de aorta têm tratamento específico com procedimentos cirúrgicos, mesmo em bebês.

Como prevenir a sífilis?

O uso correto e regular da camisinha feminina ou masculina é uma medida importante de prevenção da sífilis.

Além disso, o acompanhamento das gestantes e parcerias sexuais durante o pré-natal de qualidade contribui para o controle da sífilis congênita.

Conclusão

A sífilis é uma Infecção Sexualmente Transmissível (IST) com diversos estágios e sintomas e, se não tratada, pode levar a complicações. A atenção deve ser redobrada no caso de gestantes, pois a doença é transmitida durante o parto para o bebê. 

Seu tratamento é relativamente simples, com o uso de penicilina, mas a prevenção é sempre o melhor caminho! O uso de camisinha feminina ou masculina em relações sexuais é a melhor maneira de se proteger da sífilis (e outras ISTs). 

Desse modo, caso tenha algum sintoma como os descritos acima, não deixe de buscar ajuda profissional para o teste e, em um possível diagnóstico, tratamento correto.

Fontes:

Fleury

Hospital Moinhos de Vento

Ministério da Saúde (MS)

 

Fonte: Guia da Farmácia

Foto: Shutterstock

Não se automedique, consulte um profissional de saúde.

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