Suplementação de ômega-3 reduz risco de doenças cardiovasculares, diz estudo

Meta-análise que incluiu mais de 100 mil participantes relacionou a alta suplementação de ômega-3 com a redução de risco de doenças cardiovasculares

Há poucos anos, a suplementação do ômega-3 virou uma paixão e unanimidade nas prescrições, de forma que o nutriente foi apontado, à exaustão, como um suplemento que traz diversos benefícios ao organismo, incluindo a diminuição do risco de doença cardiovascular. Sempre houve muito debate sobre a efetividade desse suplemento nesse quesito, mas um estudo recente publicado em outubro no Journal Of The American Heart Association afirmou que realmente a suplementação de ômega-3 reduz o risco de doenças cardiovasculares.

“O estudo envolveu 127.477 participantes e concluiu que o ômega-3 marinho reduz o risco de infarto do miocárdio, morte por doença coronariana e outros eventos vasculares importantes”, afirma a médica nutróloga Dra. Marcella Garcez. “Mais benefícios cardiovasculares podem ser alcançados com doses mais altas de suplementação com ômega-3 marinho”, acrescenta.

Ômega 3 contra doenças cardiovasculares

O estudo incluiu três grandes ensaios recentes. Em média, os participantes tinham mais de 64 anos e foram tratados por cinco anos usando a suplementação alta de ômega-3. “Composto pelos ácidos graxos essenciais EPA e DHA (não produzidos pelo corpo), o ômega 3 supre essas carências nutricionais e auxilia na manutenção da boa saúde cardiovascular, principalmente no que tange a níveis saudáveis dos triglicerídeos”, diz a médica. “A suplementação é extremamente necessária, pois os níveis desta gordura são deficientes na população em geral. No Brasil, os peixes são pobres em ômega 3. Apesar de sermos um país costeiro, a grande maioria da população consome peixes criados em cativeiro, os quais contam com insuficiente quantidade do nutriente”, completa.

A médica explica que tanto os homens quanto as mulheres devem tomar ômega-3. O papel do suplemento é contribuir para a melhora dos níveis do “colesterol bom” e reduzir os níveis de “colesterol ruim” e triglicerídeos. A suplementação deve ser feita por tempo indeterminado, com o suplemento podendo ser usado durante toda a vida. Gestantes e lactantes também devem ingerir o suplemento, preferencialmente indicados pelo médico. “Consulte sempre um médico que poderá indicar a dose correta e a combinação ideal com outros nutrientes, que possam favorecer ainda mais o organismo do paciente”, finaliza.

Foto: Shutterstock
Fonte: Dra. Marcella Garcez 

1 comentário

  1. Apesar de muitos dos efeitos benéficos da suplementação de ômega 3 ainda não estarem totalmente comprovados, a princípio, por ser um produto “natural”, o consumo das cápsulas de óleo de peixe seria na pior das hipóteses apenas perda de dinheiro. O problema é que, na prática, os suplementos de óleo de peixe, principalmente em doses altas, apresentam efeitos colaterais que podem ser muito inconvenientes.

    Muitos dos estudos que mostram efeitos benéficos para a saúde foram feitos com doses de ômega 3 acima de 4000 mg por dia, alguns com doses maiores que 10000 mg por dia. O problema é que a partir da dose de 3000 mg por dia, os efeitos colaterais dos suplementos de ômega 3 começam a ficar mais frequentes e intensos. Os mais comuns são as náuseas, diarreia, cólicas abdominais, excesso de gases e hálito com cheiro de peixe. Este último efeito adverso costuma ser bastante incômodo, sendo uma frequente causa de abandono do tratamento.

    Em geral, não é recomendado o consumo de mais de 3000 ou 4000 mg de óleo de peixe por dia.

    Em doses elevadas, o óleo de peixe pode aumentar o risco de sangramentos, principalmente em pacientes com problemas de coagulação ou medicados com drogas que agem sobre a coagulação, tais como aspirina, clopidogrel, ticlopidina, heparina e varfarina.

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