Supremo Tribunal Federal derruba lei que autoriza venda de inibidores de apetite

Decisão atribui à Anvisa palavra final sobre a regulação dos medicamentos para emagrecer como a sibutramina, a anfepramona, o femproporex e o mazindol 

O Supremo Tribunal Federal (STF) derrubou, na última quinta-feira (14), a lei que permitia a venda de quatro medicamentos utilizados em tratamentos de emagrecimento.

Por 7 votos a 3, os ministros julgaram como irregular o dispositivo que liberou a distribuição no País de substâncias como:

A sibutramina, a anfepramona, o femproporex e o mazindol – drogas geralmente receitadas para quem faz dieta.

No entanto, de acordo com a decisão, cabe à Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) se posicionar sobre o assunto.

A lei que liberava esses remédios foi aprovada pelo Congresso e sancionada pelo então presidente da Câmara, Rodrigo Maia (sem partido-RJ), em 2017.

Na época, Maia assumiu temporariamente a cadeira de presidente da República na ausência de Michel Temer.

A medida permitia a venda mediante apresentação de receita médica.

O relator do caso, Kassio Nunes Marques, foi, portanto, contra derrubar a lei sob o argumento de que o Congresso legislou para proteger as pessoas com obesidade.

Já o ministro Edson Fachin divergiu ao afirmar que a definição de regras sobre o medicamento cabe exclusivamente à Anvisa.

“A decisão tomada pela Anvisa tem por finalidade garantir segurança do produto destinado à saúde humana”, afirmou.

A tese de Fachin foi seguida pelos ministros Dias Toffoli, Cármen Lúcia, Ricardo Lewandowski, Gilmar Mendes, Rosa Weber e o presidente da Corte, Luiz Fux.

“Esses medicamentos não têm nenhum efeito positivo, só têm efeitos negativos”, disse o presidente do Supremo.

“Temos que nos dobrar à ciência e a literatura científica estrangeira veda no mundo inteiro a utilização desses medicamentos.”

A Anvisa, como órgão competente para atestar a segurança e a eficácia dos medicamentos de emagrecimento , recomenda a proibição dos medicamentos no País.

Discussão antiga inibidores apetite 

A ação discutida pelo Supremo teve como autora a Confederação Nacional dos Trabalhadores da Saúde (CNTS).

Sob o argumento, então, de que o Congresso aprovou a lei sem que houvesse motivação necessária, interesse público e justificativas administrativas que a sustentem.

Portanto, quando foi aprovada, a lei sustou os efeitos de uma resolução da Anvisa de 2011, que havia proibido a comercialização de alguns medicamentos desse tipo.

A retirada de emagrecedores à base de anfetamina, como o femproporex, mazindol e anfepramona, tinha como justificativa o fato de que não havia estudos que comprovassem a eficácia das substâncias.

E, então, os riscos do uso desses medicamentos eram superiores a eventuais benefícios.

A saber, a decisão na época provocou uma comoção entre associações de médicos e pacientes, que defendiam a permanência do produto no Brasil.

Fonte: Estadão

Foto: Shuttterstock

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