Surpresas no reajuste anual de medicamentos

O índice neste ano ficou acima da inflação

O governo surpreendeu indústria, distribuidores, varejo e consumidores com o reajuste de preços dos medicamentos em 2016. Há dez anos, o índice ficava abaixo da inflação, mas, neste ano, foi diferente. Segundo determinação da Câmara de Regulação do Mercado de Medicamentos (Cmed), o valor subirá 12,5% a partir de 31 de março.

Até então, acreditava-se que o percentual ficaria em torno de 10%. No entanto, uma conjunção de fatores levou o governo a aplicar um inesperado reajuste acima da inflação. A base do cálculo que determina o percentual de aumento é o Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), que reflete o custo de vida de famílias que ganham entre um e 40 salários mínimos e é considerado pelo Banco Central do Brasil como o índice oficial da inflação.

Entre março de 2015 e fevereiro de 2016, a inflação foi fixada pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) em 10,36%. Mas, além disso, são considerados outros três fatores para definir as faixas de correção no valor dos medicamentos ao consumidor final.

Eram definidas três categorias de medicamentos, considerando a participação dos genéricos. Para os produtos cuja concorrência com genéricos era maior, o percentual de reajuste era mais elevado. A medida era usada para compensar possíveis perdas entre segmentos. Setores mais concentrados poderiam repassar para o consumidor as perdas obtidas diante da necessidade de conceder maiores descontos e de trabalhar com preços menores, devido à alta concorrência.

Por último, o cálculo leva em consideração forças econômicas, como câmbio e energia elétrica. Neste ano, em razão da desvalorização do real frente ao dólar e aos aumentos no valor da energia elétrica, o terceiro fator adicionou 2,14 pontos percentuais ao IPCA e colaborou para que o reajuste ficasse acima do esperado.

Foto: Shutterstock  

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