Uma pesquisa exclusiva realizada pelo Portal Guia da Farmácia apontou que mais de 57% dos nossos leitores são a favor dos testes rápidos da Covid-19 em farmácias. Já, 43% dos entrevistados afirmam que não concordar com a realização dos testes nesses locais.
A decisão da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) de liberar a prática em farmácias e drogarias vem causando discussões e opiniões divergentes. Isso porque, de acordo com a Associação Brasileira de Ciências Farmacêuticas (ABCF), existem problemas e limitações com a realização dos testes da Covid-19 em farmácias.
Segundo o presidente da ABCF, Flavio da Silva Emery, esta prática apresenta riscos que a entidade acredita serem impeditivos para o atual momento da doença no país, como o dos resultados falso positivo e falso negativo (falso reagente e falso não-reagente, respectivamente), que pode gerar pânico ou aumento do contágio, por exemplo, em função da limitada eficiência do teste. “Além disso, a oferta destes procedimentos em farmácias e drogarias poderia levar à formação de aglomeração em ambiente fechado, sem estrutura capaz de receber adequadamente os indivíduos interessados”, ressalta.
A Hilab, uma das fabricantes dos testes, explicam que os testes têm entre 97% e 99% de confiabilidade, se o paciente fizer após cerca de sete dias do início dos sintomas. Contudo, a empresa recomenda que após qualquer teste feito no Hilab, o paciente procure um médico para que ele obtenha um diagnóstico e possa seguir com o tratamento indicado.
Confira a entrevista completa com a Hilab sobre os testes rápidos da Covid1-9 em farmácias clicando AQUI.
Testes da Covid-19 em farmácias
Já a MedLevensohn, outra fabricante dos testes, conta que o exame apresenta confiabilidade de 99,3%, ou seja, de cada 100 casos testados, 99,3 terão um resultado correto. O teste, que possui tecnologia certificada pela União Europeia já está sendo utilizado em 12 países, dentre os quais Alemanha, França, Itália, Polônia e Reino Unido, além do Brasil. A empresa afirma que os testes da MedLevensohn também devem ser feitos após pelo menos sete dias do início dos sintomas.
Confira a entrevista completa com a MedLevensohn sobre os testes rápidos clicando AQUI.
De acordo com o diretor de planejamento corporativo da Raia Drogasil, Eugenio De Zagottis, a farmácia tem condição de fazer os testes da Covid-19, mas com muito cuidado. “Temos que ter uma seleção correta de testes, garantindo a qualidade do exame; e entender a limitação do teste que fazemos. O teste sorológico é para saber se a pessoa gerou anticorpos contra a Covid-19, então ele não pode ser aplicado para alguém que chega com dois ou três dias de gripe. Se fizermos isso, geraremos uma montanha de falsos positivos e falsos negativos. Então o protocolo precisa ser muito claro”.
Segundo ele, é necessário informar com o cliente com precisão. “Precisamos conversar com o cliente, perguntar a quanto tempo ele está com os sintomas, explicar que o teste só funciona do 12º ao 14º dia de sintoma, assim, deixando claro que ele serve para você saber que teve o Covid-19 e desenvolveu anticorpos e não que está com a doença agora. Fazendo direito, é possível e tem um grande valor para a sociedade”, complementou De Zagottis.
A pesquisa do Guia da Farmácia contou com a participação de 214 entrevistados e foi realizada através das redes sociais e da plataforma Typeform.
Fonte: Guia da Farmácia
Foto: Shutterstock
1 comentário
Deixo para conhecimento uma carta enviada à ABCF questionando a manifestação absurda dessa entidade.
Boa noite!
Dirijo-me à ABCF no condição de cidadão, preocupado com os riscos da atual pandemia, assim como todos.
Li o teor da notícia abaixo segundo a qual ABCF, na pessoa do Sr. Flávio da Silva Emery, manifesta-se contra a realização de testes rápidos para Covid-19 em farmácias.
https://guiadafarmacia.com.br/testes-da-covid-19-em-farmacias-57-dos-leitores-do-portal-guia-da-farmacia-sao-a-favor/
Considero uma irresponsabilidade perante o povo brasileiro a ABCF defender uma posição tão disparatada sob argumentação repleta de suposições falsas.
São duas suposições falsas. A de que o falso positivo e o falso negativo gerariam problemas e a de que haveria aglomerações em farmácias.
Falso positivo ou falso negativo são possibilidades comuns para todos os testes diagnósticos de doenças. Em si, não quer dizer nada, pois depende de se ponderar vantagens e riscos. Porém, a ABCF se ateve apenas aos riscos, esquecendo-se de que resultados falsos são exceções, não regra (97 a 99% de confiabilidade).
Primeiro, foi sugerido o falso positivo como um problema, por gerar pânico. Isso acontece em todas as doenças e nem por isso os diagnósticos deixam de ser feitos. O pânico já está sendo gerado diariamente pela mídia. E, por último o “pânico”, só levaria a pessoa a confirmar o resultado num hospital, nada mais.
Segundo, foi dito que o falso negativo poderia “levar ao aumento do contágio em função da limitada eficiência do teste”.
Essa justificativa não possui nenhum sentido lógico, pois não há nenhuma relação de causa-efeito entre a “limitada eficiência do teste” e o “aumento do contágio”. Caso contrário, me expliquem como se dá essa relação. Aliás, expliquem para o todo o público.
Terceiro, alegou-se possíveis aglomerações em farmácias.
Isso é falso, pois medidas de restrição estão sendo adotadas em todos os estabelecimentos comerciais. Pressupõe-se que esse risco esteja sendo controlado. Existem filas em supermercados, em ambiente fechado, em proporções muito maiores do que poderia haver em calçadas de frente para farmácias!
Mas o realmente GRAVE foi que a ABCF em nenhum momento considerou o inquestionável benefício dos cidadãos se testarem, que é evitar a propagação do contágio e iniciar o tratamento precoce.
Fica a pergunta: que justificativas ocultas estariam por traz de tal manifestação da ABCF? Por que a ABCF não quer que as pessoas contaminadas fiquem sabendo disso e assim evitem contaminar seus familiares e pessoas próximas?
Gostaria muito de uma resposta coerente e honesta, pois pretendo distribuir esta carta nas redes sociais, com ou sem respostas.