Para chegar a essa conclusão, o grupo desenvolveu uma droga baseada na catalase e três tipos de testes diferentes foram conduzidos
Um medicamento feito com base na catalase, de acordo com os pesquisadores, pode oferecer uma solução terapêutica eficaz contra a hiperinflamação causada pela Covid-19.
Um antioxidante comum e relativamente barato pode funcionar contra o novo coronavírus.
Ao menos é o que aponta um estudo da Universidade da Califórnia em Los Angeles (UCLA) em parceria com cientistas da China.
A opção, de acordo com eles, será “de baixo custo”.
Para chegar a essa conclusão, o grupo desenvolveu uma droga baseada na catalase e três tipos de testes diferentes foram conduzidos, cada um focado em um sintoma diferente do vírus.
A catalase é uma enzima produzida por quase todos os organismos vivos, muitas vezes utilizada como suplemento dietário.
Tratamento da Covid-19 com antioxidante
Dentro das células, a enzima do antioxidante causa a decomposição do peróxido de hidrogênio.
No primeiro teste, foi demonstrada a capacidade anti-inflamatória da enzima.
E a habilidade que ela tem em regular a produção das citocinas, que são, contudo, proteínas produzidas nos glóbulos brancos.
Pesquisas apontam que, em algumas pessoas, o coronavírus faz com que o sistema imunológico entre em colapso logo no começo dos sintomas e causa uma hiper-reação chamada de tempestade de citocina.
Esta, por sua vez, é capaz de prejudicar severamente os pulmões e levar a problemas respiratório sérios e até à morte.
Essa reação exagerada pode acontecer em qualquer idade, mas é menos comum em crianças e adolescentes.
E também acontece quando o corpo humano continua a batalhar contra o vírus mesmo quando ele deixa de ser uma ameaça, liberando, então, essas citocinas até que o corpo chega a um nível exaustivo.
No fim, é ela que causa a morte em vez do vírus, atacando diversos órgãos, como os pulmões (muitas vezes severamente afetados pela covid-19) e os rins.
É comum, então, que a tempestade de citocina cause a Síndrome de Angústia Respiratória (Sara) , que pode, portanto, levar os infectados pelo novo vírus à morte.
No segundo teste, o time mostrou que a catalase pode proteger as célula alveolares (presentes nos pulmões humanos) de prejuízos causados pela oxidação.
O terceiro teste, realizado em macacos-rhesus, mostrou, por exemplo, que a catalase foi responsável pela pausa na replicação da Covid-19 no organismo do animal sem efeitos colaterais graves ou toxicidade observada.
Mais testes
Outros devem ser conduzidos para confirmar a eficácia da medicação
Nenhuma medicação ou vacina contra o vírus foi aprovada ainda, de modo que todos os tratamentos utilizados até o momento são experimentais.
Quais são as fases de uma vacina ou medicação?
Para uma vacina ou medicação ser aprovada e distribuída, ela precisa passar por três fases de testes.
A fase 1 é a inicial, quando as empresas tentam comprovar a segurança de seus medicamentos em seres humanos.
Já a segunda, no entanto, é a fase que tenta estabelecer que a vacina ou o remédio produz, sim, imunidade contra um vírus.
A fase 3, é a última fase do estudo e tenta, todavia, demonstrar a eficácia da droga.
Uma vacina é finalmente disponibilizada para a população quando essa fase é finalizada e a proteção recebe um registro sanitário.
Por fim, na fase 4, a vacina ou o remédio é, enfim, disponibilizado para a população.
As medidas preventivas devem continuar
Com isso, as medidas de proteção, como o uso de máscaras, e o distanciamento social, contudo, ainda precisam ser mantidas.
Dessa maneira, a verdadeira comemoração sobre a criação de uma vacina deve ficar para o futuro, quando soubermos que a imunidade protetora realmente é desenvolvida após a aplicação de uma vacina.
Até o momento, nenhuma situação do tipo aconteceu.
Foto: Shutterstock
Fonte: Exame